Marina Abramovic, uma artista ousada, protagonizou uma performance que desafiou todos os limites imagináveis. Em sua obra ‘Rhythm 0’, ela se propôs a ficar parada por seis horas, permitindo que o público fizesse qualquer coisa com ela usando 72 objetos dispostos ao redor.

Entre esses objetos, havia desde itens inofensivos como flores e maçãs até instrumentos perigosos como navalhas e uma pistola carregada.

A princípio, a performance seguiu de forma tranquila. Os espectadores se limitaram a gestos gentis, oferecendo flores e beijos. Abramovic permaneceu imóvel, aceitando passivamente todas as interações. Contudo, à medida que o tempo passava, o ambiente começou a mudar.

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Os gestos delicados deram lugar a ações perturbadoras. Alguém usou uma faca para cortar suas roupas, e logo a violência escalou. A certa altura, cortaram o pescoço dela, num ato extremo de beber seu sangue. A intensidade da situação ficou evidente nas fotos da performance, que mostram Abramovic com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Abramovic descreveu essa experiência como extremamente angustiante. “Eu estava pronta para morrer,” disse ela em uma entrevista ao Guardian em 2014. A pistola carregada estava lá, à disposição de qualquer um que quisesse usá-la.

E alguém quase o fez, apontando a arma para sua cabeça. O desespero de Abramovic era palpável, e o caos só terminou quando as seis horas chegaram ao fim, ou possivelmente quando alguns espectadores intervieram para pôr um fim à violência.

Após o término da performance, algo notável aconteceu. Abramovic se movimentou, retomando sua própria identidade. O público, que até então a tratava como um objeto passivo, dispersou rapidamente, incapaz de lidar com a presença de uma pessoa real e ativa.

Esse momento de transição destacou a desconexão entre a brutalidade que as pessoas estavam dispostas a infligir a um “objeto” e a incapacidade de enfrentar a realidade de um ser humano vulnerável.

Anos depois, refletindo sobre essa experiência, Abramovic compartilhou suas percepções no canal do YouTube do Marina Abramovic Institute. Ela destacou como o comportamento do público mudou drasticamente ao longo das seis horas.

“No início, nada realmente aconteceu,” disse ela. “As pessoas eram gentis, me davam rosas e me beijavam, mas com o tempo, ficaram cada vez mais selvagens.”

‘Rhythm 0’ se transformou em uma dura lição sobre a natureza humana e a linha tênue entre civilização e selvageria. Abramovic emergiu da experiência com cicatrizes físicas e emocionais, mas também com um entendimento profundo sobre vulnerabilidade e confiança.

“A lição que tirei foi que nas performances você pode ir muito longe, mas se deixar o público tomar todas as decisões, você pode ser morto,” refletiu ela.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.