Descubra os Bajau, uma comunidade nômade do mar no Sudeste Asiático, que possui uma habilidade surpreendente: eles podem passar até cinco horas por dia debaixo d’água graças a uma adaptação genética única. Vivendo em casas flutuantes e dedicando-se à pesca e coleta de moluscos, o estilo de vida dos Bajau moldou seus corpos de maneiras fascinantes.

Diferentemente da maioria das pessoas, os Bajau não apenas nadam, eles mergulham profundamente e por longos períodos. Utilizando óculos de madeira tradicionais e cintos de peso, eles praticam mergulho livre, caçando e coletando alimentos no fundo do mar. Para suportar esse estilo de vida extremo, seus corpos desenvolveram baços maiores que a média humana.

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O baço, embora frequentemente esquecido, é crucial para a oxigenação do sangue. Durante o mergulho, o corpo humano ativa a “resposta de mergulho”, reduzindo o ritmo cardíaco e restringindo os vasos sanguíneos nas extremidades para conservar oxigênio. O baço se contrai, liberando glóbulos vermelhos oxigenados, funcionando como um tanque de oxigênio natural.

A pesquisadora Melissa Ilardo, da Universidade de Copenhague, investigou essa adaptação extraordinária dos Bajau. Sua pesquisa revelou que os baços dos Bajau são cerca de 50% maiores do que os das pessoas de aldeias vizinhas. Um baço maior pode armazenar mais glóbulos vermelhos oxigenados, essencial para mergulhos prolongados.

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Ilardo e sua equipe foram além das medições físicas e exploraram a genética por trás dessa característica. Eles identificaram um gene chamado PDE10A, associado ao aumento do tamanho do baço. Este gene regula um hormônio tireoidiano em camundongos, que também influencia o tamanho do baço, sugerindo uma adaptação genética fascinante.

Essa descoberta se junta a outros exemplos de adaptações humanas ao ambiente. Assim como os tibetanos desenvolveram traços genéticos para viver em grandes altitudes com baixos níveis de oxigênio, os Bajau mostram a incrível capacidade humana de se adaptar a condições extremas.

Rasmus Nielsen, da Universidade da Califórnia, Berkeley, coautor do estudo, destaca o potencial interesse médico dessas descobertas. Compreender os genes que permitem aos Bajau prosperar em condições de baixo oxigênio pode fornecer insights valiosos para tratar a hipóxia, uma condição causada por níveis insuficientes de oxigênio, relevante em muitas situações médicas.

Entretanto, o modo de vida dos Bajau está ameaçado. Santarawi Lalisan, um ancião da tribo, expressou preocupações sobre a influência crescente das culturas ocidentais. A poluição plástica representa um dos maiores desafios. Com a adoção de produtos plásticos, as águas cristalinas que sustentam seu estilo de vida estão sendo contaminadas, dificultando a manutenção de suas tradições.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.