Via Pensador
Fizemos uma seleção com alguns filmes de psicologia icônicos que abordam desde os mais diferentes tipos de transtornos psicológicos até temas delicados que estão ligados ao (complexo) comportamento humano, e que são essenciais para quem adora psicologia!
E não se preocupe, caso não tenha visto algum (ou nenhum) dos filmes listados abaixo, pode continuar a ler o artigo sem medo, pois é LIVRE de SPOILERS!
1. Psicose (1960)
Direção: Alfred Hitchcock.
Sem dúvida que esta deve ser uma das principais obras não apenas para quem gosta de thrillers psicológicos, mas também para todo amante da sétima arte!
Baseado no romance de Robert Bloch (Psicose, de 1959), este filme aborda muito mais do que a psicopatia – como o próprio nome sugere – mas também sobre o comportamento da pessoa que tem dupla personalidade.
O enredo gira em torno de Norman Bates (Anthony Perkins), um jovem estranho, tímido e simpático que trabalha num hotel, e de Lila Crane (Vera Miler), uma jovem que parte a procura de sua irmã, Marion Crane (Janet Leigh), que está há dias desaparecida.
O autor do livro que deu origem ao filme de Hitchcock afirma que a história foi levemente inspirada no caso de Ed Gein (1906 – 1984), um notório homicida e profanador de túmulos que viveu em Wisconsin, nos Estados Unidos.
2. A Ilha do Medo (2010)
Direção: Martin Scorsese.
Uma obra espetacular que foi baseada no livro “Paciente 67”, do consagrado autor norte-americano Dennis Lehane.
Protagonizado por Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo, A Ilha do Medo é um filme que fala sobre a esquizofrenia, mostrando como é o ponto de vista do esquizofrênico sobre o mundo ao seu redor.
Edward Daniels (Leonardo DiCaprio) é um agente federal que vive assombrado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, e vai até Shutter Island, na companhia de seu novo assistente Chuck Aude (Mark Ruffalo), para investigar um suposto caso de desaparecimento de uma paciente do manicômio que fica na ilha.
E para desvendar este mistério, o agente tem que enfrentar desde uma provável conspiração mortal até um terrível furacão! Ah, e é impossível não roer as unhas com o plot twist do filme.
E no final, resta a dúvida:
O que seria pior: viver como um monstro ou morrer como um homem bom?
3. O Silêncio dos Inocentes (1991)
Direção: Jonathan Demme.
Além de ser um clássico, O Silêncio dos Inocentes entra fácil não apenas para esta lista, como também para a dos melhores filmes do século XX!
Baseado no livro “O Silêncio dos Inocentes” (1988), de Thomas Harris, o filme mostra o serial killer psicótico mais famoso da ficção: Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), e como este consegue ajudar a agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) a capturar “Buffalo Bill” (Ted Levine), outro notório serial killer conhecido por matar apenas mulheres.
Na história fictícia, Hannibal é um ex-psiquiatra que foi condenado à prisão perpétua por ter cometido crimes bárbaros (entre eles matar e comer suas vítimas!). Clarice foi incumbida de traçar um perfil psicológico do assassino e é aí que começa a tensão. A cada diálogo entre Lecter e a agente do FBI conseguimos perceber como os psicopatas podem ser altamente manipuladores, perspicazes, mentirosos e extremamente perigosos.
De fato, O Silêncio dos Inocente não ganhou o Oscar de Melhor Filme à toa!
4. O Abrigo (2011)
Direção: Jeff Nichols.
Curtis LaForche (Michael Shannon) sempre foi um homem recatado, conhecido por ser um bom trabalhador e pai de família. Até que a sua paz é totalmente ameaçada por sonhos estranhos… e LaForche começar a sentir que precisa fazer algo para proteger a sua família a qualquer custo!
Em O Abrigo conseguimos vislumbrar como é viver na companhia de alguém que sofre com obsessão compulsiva e como este transtorno pode destruir não apenas o equilíbrio familiar, mas também de toda uma sociedade.
5. A Garota Ideal (2007)
Direção: Craig Gillespie.
A fobia social é o ponto chave em Lars and the Real Girl (título original). Neste filme conhecemos Lars Lindstrom (Ryan Gosling), um rapaz muito tímido e reservado que mora na garagem da casa de seu irmão mais velho, Gus (Paul Schneider).
Lars sempre evitou o contato com outras pessoas, até que finalmente anuncia para a família que receberia a visita de uma “amiga” que conheceu através da internet. A surpresa e alegria da família Lindstrom vai por água abaixo quando são apresentados à Bianca, a “famosa” namorada de Lars…
A Garota Ideal é uma comédia dramática bastante interessante, pois mostra que, às vezes, para ajudar a curar a “loucura” de alguém que amamos, também devemos nos fazer de “loucos”.
6. Clube da Luta (1999)
Direção: David Fincher.
Baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk, o Clube da Luta é um daqueles filmes que fazem a nossa cabeça querer explodir, pois a certo ponto não sabemos mais no que acreditar!
A mistura caótica sobre o que é realidade e o que é fantasia é um dos ingredientes principais desta obra icônica, estrelada por Edward Norton e Brad Pitt.
Ao acompanhar a história do Narrador (Norton) e de como ele “conheceu” Tyler Durden (Pitt), conseguimos refletir sobre vários temas preocupantes, como a depressão e o transtorno de personalidade.
Se você ainda não viu Clube da Luta, não sabe o que está perdendo. Sério!
7. Amnésia (2000)
Direção: Christopher Nolan.
Nesta obra de Nolan, como o próprio nome sugere, o foco está na memória, ou melhor, na falta dela!
Amnésia é baseado no conto “Memento Mori”, escrito pelo irmão do diretor – Jonathan Nolan. A história gira em torno de Leonard Shelby (Guy Pearce), que sofre de amnésia anterógrada, ou seja, a partir de certo ponto de sua vida passa a não conseguir mais guardar novas recordações. A última lembrança que Leonard tem é de sua esposa… sendo estuprada e assassinada!
Amnésia é considerado um filme bastante complexo, principalmente por causa da sua estética não-linear e desconexa, que serve justamente para transmitir a sensação de desorientação da pessoa que sofre com a falta de memória constante.
Este é com toda a certeza um filme mais do que recomendado!
8. Uma Mente Brilhante (2001)
Direção: Ron Howard.
Este filme é inspirado na vida do matemático John Forbes Nash (1928 – 2015) e na sua luta contra a esquizofrenia.
A versão cinematográfica, que foi vencedora de quatro Óscars, sendo indicada para oito, mostra todas as consequências dramáticas que esta doença acarretou para a vida pessoal e profissional deste gênio da matemática.
Como ter uma vida normal em meio aos delírios e alucinações constantes? Em Uma Mente Brilhante conseguimos vislumbrar um pouco melhor a luta cotidiana de um esquizofrênico contra este transtorno mental.
9. Cisne Negro (2011)
Direção: Darren Aronofsky.
Considerado por muitos uma aula de introdução à psicanálise, “Cisne Negro” é um prato cheio para os amantes de um bom drama psicológico!
O filme narra a trajetória de Nina (Natalie Portman), uma bailaria profissional que luta para atingir a perfeição artística. Porém, a sua ânsia pelo sucesso desperta o lado mais sombrio da jovem, fazendo com que caia numa espiral de paranoias, histerias e muito insanidade.
10. Precisamos Falar sobre o Kevin (2012)
Direção: Lynne Ramsay.
Será que precisamos mesmo falar sobre o Kevin? Sim! Aliás, o tema central do filme é justamente este: a negação.
Nesta obra inspirada no romance homônimo de Lionel Shriver, acompanhamos a relação nada amigável de Eva (Tilda Swinton) com o seu filho, Kevin (Jasper Newell / Ezra Miller). Temas bastante fortes como a depressão pós-parto e a negligência familiar são alguns exemplos do que encontramos em Precisamos Falar sobre o Kevin.
E já fique avisado(a): este é um daqueles filmes que você sentirá vontade de falar por muito tempo!
11. Boa Noite, Mamãe (2014)
Direção: Veronika Franz e Severin Fiala
Este filme austríaco pode ser um dos mais assustadores que você já viu nos últimos tempos! E não estamos falando aqui de serial killers, zumbis, fantasmas ou pessoas possuídas pelo capiroto. O terror em Boa Noite, Mamãe é muito mais profundo do que tudo isso junto!
Após passar por várias cirurgias plásticas, a mãe (Susanne Wuest) se isola numa cabana na floresta na companhia dos filhos gêmeos. O pesadelo começa quando as crianças começam a desconfiar que a mulher que chegou com o rosto enfaixado não seja na realidade a pessoa que diz ser.
Sem correr o risco de revelar muita coisa sobre a história do filme, digamos que o principal responsável por toda a desgraça desta família é o estresse pós-traumático.
12. Laranja Mecânica (1971)
Direção: Stanley Kubrick
Baseado na obra homônima de Anthony Burgess, Laranja Mecânica é um clássico do cinema cult, e também um dos mais perturbadores filmes do século XX!
A ultraviolência praticada por Alex DeLarge (Malcolm McDowell) e seus drugues (“camarada”, em russo) chocou as plateias na década de 1970. Mas, o aspecto mais bizarro apresentado por Laranja Mecânica é o tratamento psiquiátrico que os delinquentes juvenis recebiam nos centros de recuperação.
É interessante notar o debate ético sobre o uso da terapia comportamental aplicada pelos médicos do filme, representada através do tratamento Ludovico. Burgess, o autor de Laranja Mecânica, era um grande crítico do Behaviorismo (psicologia comportamental), onde as ações do paciente são moldadas através de técnicas de recompensa e punição, condicionando assim o seu comportamento.
13. Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004)
Direção: Michel Gondry
A narrativa não-linear de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças ajuda a criar a sensação de confusão e perda vivenciada por Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet), um casal que tentou por anos manter a relação, mas agora só querem esquecer tudo.
Neste filme, uma técnica experimental permite que as pessoas apaguem de suas memórias qualquer coisa que queiram esquecer. A princípio, este tratamento seria ideal para aqueles que sofrem com traumas, por exemplo. Mas, Joel recorre ao serviço após saber que tinha sido apagado das lembranças de Clementine.
O modo como as pessoas lidam com as suas memórias e, principalmente, com o passado é um dos motes principais deste filme, que definitivamente você não vai querer esquecer.
Feliz é a inocente vestal, Se esquecendo do mundo e sendo por ele esquecida, Brilho eterno de uma mente sem lembranças, Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.
14. Taxi Driver (1976)
Direção: Martin Scorsese
Um dos filmes obrigatórios para todo o amante da sétima arte. Taxi Driver é um thriller policial com uma pitada de noir que mostra a crua, feia e violenta realidade de um jovem solitário numa “selva de concreto”.
Este jovem (Robert De Niro), com apenas 26 anos, trabalha como taxista em Nova York e, conforme vai presenciando a miséria, prostituição, violência e vícios da cidade, um sentimento descontrolado de revolta cresce dentro de si.
Para termos uma ideia de como o cara começa a perder a noção das coisas, ele leva uma garota que estava apaixonado para um primeiro encontro num cinema pornô!
O surto psicótico em Taxi Driver é um dos mais “malucos” que você verá num filme do gênero. As últimas cenas, então… Se é uma pessoa sensível a sangue, então talvez não seja muito apropriado assistir.
15. A Professora de Piano (2001)
Direção: Michael Haneke
Haneke é conhecido por fazer filmes que não são brincadeira. Em A Professora de Piano, o pano de fundo da história (que na verdade é bem óbvio) é a repressão sexual.
A reprimida sexualmente é a solitária professora de piano Erika Kohut (Isabelle Huppert), que aos 40 anos de idade ainda mora com sua mãe, que a trata constantemente como se fosse uma criança. Longe das salas de aula, no entanto, Erika está constantemente em cinemas pornô e lojas de produtos eróticos, buscando satisfazer os seus desejos.
Porém, o “hobbie” da professora muda após conhecer o jovem Walter Klemmer (Benoît Magimel), seu aluno com quem início a manter um relacionamento. Erika começa a pôr em prática TODAS as suas fantasias sexuais com o rapaz, inclusive os jogos mais sádicos e perversos.
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