Habilidades fundamentais para a formação de pessoas bem sucedidas e mentalmente saudáveis são desenvolvidas fora das salas de aula, no tempo que está sendo invadido por atividades acadêmicas.
Se quisermos alcançar melhores resultados acadêmicos devemos investir mais tempo em atividades intelectuais, certo?
Essa é a lógica que molda o sistema educacional atual, direcionando à sala de aula parte cada vez maior do tempo que deveria ser dedicado a atividades lúdicas, artísticas e esportivas.
Mas forçar o aluno a se concentrar em uma quantidade sufocante de conteúdo acadêmico é uma tática que vem se mostrando bastante falha — basta observar o salto no número de crianças que acabam buscando ajuda profissional para conseguir prestar atenção.
O problema é que esse modelo está desconsiderando o fato de que o intelecto não se desenvolve sozinho: ele se forma juntamente – e de maneira interconectada – aos aspectos físico, social e emocional.
Desenvolver essas outras dimensões do ser humano não apenas garante a formação de indivíduos felizes e saudáveis; é fundamental para o sucesso da própria capacidade intelectual.
Mais que receber informações, crianças precisam aprender a controlar seus impulsos e sua atenção. Precisam dividir e esperar a vez do outro; resolver conflitos sociais; lidar com frustrações e derrotas; sentir-se valorizadas e parte de uma equipe; praticar o equilíbrio, coordenação motora e agilidade física.
Não é na carteira escolar que essas habilidades se desenvolvem. É na quadra esportiva, na sala de dança e nas salas de arte.
Muito se fala da importância do esporte e da dança para a saúde e o vigor físico e como forma de combate à obesidade. Uma função relevante, mas que não ganha em importância dos tantos outros benefícios que ele traz.
A prática esportiva – especialmente das modalidades que exigem mais disciplina e estratégia, como dança, artes marciais e jogos em equipe – trabalha várias habilidades que formam as chamadas funções executivas, essenciais para a formação de um indivíduo bem sucedido em todos os aspectos possíveis.
São as últimas habilidades a amadurecer nos jovens e também as primeiras a enfraquecer quando envelhecemos.
Entre as funções executivas fundamentais, estão a memória de trabalho, que é a capacidade de manter as informações na mente para poder manipulá-las ou reproduzi-las, e a flexibilidade cognitiva, que envolve a maneira criativa de pensar e de solucionar problemas.
Outra função executiva é o controle inibitório, que é a autodisciplina, a capacidade de controlar as próprias emoções e ações, de selecionar o foco a atenção, de não ceder a tentações e não agir impulsivamente. Quem convive com crianças hiperativas sabe o quanto essas habilidades são cruciais no seu desempenho social e acadêmico.
A falta de autocontrole na infância é um preditor maior de problemas no futuro que fatores como histórico familiar, coeficiente de inteligência (QI) e situação socioeconômica. Essa constatação foi comprovada em um estudo realizado ao longo de 30 anos por pesquisadores de diversas universidades americanas e canadenses.
Segundo o estudo, que avaliou mil indivíduos, aqueles que na infância apresentavam menos impulsividade e mais controle sobre suas ações se transformaram em adultos mais saudáveis e bem-sucedidos profissionalmente, com menos chances de sofrer com abuso de substâncias e obesidade ou de se envolver em crimes.
Para comprovar a relação do esporte com o desenvolvimento das funções executivas, pesquisadores da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, testaram 171 crianças sedentárias antes e depois de um programa de 13 semanas de exercício físico. Foi confirmado um aumento de atividade no córtex frontal bilateral, associado às funções executivas, e uma melhora nos testes de inteligência, especialmente de raciocínio lógico.
Diversas pesquisas já haviam demonstrado o papel do esporte no desempenho cognitivo de adultos e crianças. Uma das explicações é o maior do fluxo sanguíneo no córtex cerebral, favorecendo o aumento de sinapses e também o nascimento de novas células nervosas.
A neurogênese – como chamamos o surgimento de novos neurônios – ocorre especificamente no hipocampo, região responsável pela memória.
Níveis excessivos e prolongados de stress afetam essa estrutura, que geralmente se apresenta alterada em pessoas com depressão.
Assim, além dos ganhos cognitivos e físicos, as atividades esportivas reduzem a chance de crianças e adultos sofrerem as consequências do stress, como ansiedade e depressão.
O esporte, a música, a dança, o circo e as brincadeiras existem há milênios, em todas as culturas, por um bom motivo: cumprem uma importante função no desenvolvimento de diferentes habilidades que são inter-relacionadas e que suportam a formação intelectual.
Assim, práticas que exercitam a desenvoltura física, que promovem a interatividade e exigem disciplina podem ser mais significativas no desempenho acadêmico que o aumento de atividades voltadas para a aprendizagem de conteúdo.
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