Siruiz é um jagunço-poeta. A canção de Siruiz é uma toada bela, porém muito estranha, que Riobaldo ouviu, antes de fugir da fazenda do padrinho (na verdade: seu pai), quando alguém falou: “Siruiz, cadê a moça virgem?” Se “alembra” que ele respondeu entoando uma balada?
Era a canção de Siruiz. Poema épico lírico sobre um encontro inevitável e fatal, que emocionou Riobaldo (“Aquilo molhou minha ideia”) e virou um símbolo de criação poética: “O que eu guardo no giro da memória é aquela madrugada dobrada inteira: os cavaleiros no sombrio amontoados, feito bichos e árvores, o pisar dos cavalos e a canção de Siruiz. Algum significado isto tem?” (…)
A canção de Siruiz é uma profecia da sina de Riobaldo. A melodia original se perdeu. Temos a composição de Luiz Henrique Xavier de uma “canção boiadeira”, adaptada por Antônio Candido(…)
“Urubu é vila alta,
mais idosa do sertão:
padroeira, minha vida –
vim de lá, volto mais não…
Vim de lá, volto mais não?…
Corro os dias nesses verdes,
meu boi mocho baetão:
buriti – água azulada,
carnaúba – sal do chão…
Remanso de rio largo,
viola da solidão:
quando vou p’ ra dar batalha,
convido meu coração…”
No primeiro vídeo temos o próprio Antonio Cândido cantando os versos do poema de Guimarães. No segundo vídeo, uma versão gravada por Joaci Ornelas e Wilson Dias no independente “Projeto VivaViola”
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