Autor Alfredo Carneiro
Editor do blog netmundi.org
Falácias não são apenas formas incorretas de argumentar, mas também formas incorretas de pensar. Contudo, mesmo pessoas inteligentes recorrem conscientemente às falácias, pois são atalhos para encurtar o debate, fugir do assunto ou enganar o público. Algumas falácias são sofisticadas e passam a impressão de argumentação válida. Muitas pessoas, principalmente líderes religiosos, empresários e políticos, as utilizam ostensivamente contando com o fanatismo, superstição, baixa escolaridade, fragilidade ou ingenuidade das pessoas. No argumento falacioso as premissas não sustentam a conclusão. Muitas falácias são difíceis de serem detectadas e acabam passando a ideia de argumento válido e coerente.
Até mesmo filósofos clássicos apresentam falhas lógicas em suas argumentações. Isso mostra como as incorreções do pensamento podem ser difíceis de serem detectadas. O estudo das falácias nos leva a ponderar melhor sobre nossos próprios pensamentos. E quando se pensa bem, argumenta-se bem.
1.Falácia da rampa escorregadia
Existem muitos exemplos de rampas escorregadias. Se a maconha for liberada, logo a cocaína será também liberada. Se o casamento gay for aceito por todos, todo mundo vai virar gay (que medo suspeito, não acham?). Se a clonagem de animais for permitida, logo estaremos clonando pessoas em escala industrial. Se você emprestar dinheiro para aquele amigo, logo ele vai pedir mais e te deixar falido.
2.Falácia do apelo à ignorância
A falácia do apelo à ignorância (argumentum ad ignorantum) ocorre quando, para afirmar que algo é verdadeiro, dizemos que é verdadeiro pois não foi provado que é falso, e vice-versa. Uma pessoa que acredita em duendes pode afirmar que eles existem porque não foi provado que eles não existem, ou alguém que acredita em fantasmas porque não foi comprovado que eles não existem.
3.O argumento divinizado
Deus disse, logo, é inquestionável! Este é um típico exemplo de argumento divinizado. É uma versão mística da falácia do apelo à autoridade. Por mais ridículo que pareça, ainda hoje milhares de pessoas aceitam esse tipo de coisa, não importa qual religião estamos tratando.
4.Pseudoprofundidade
É uma forma de falar coisas óbvias como se fosse algo profundo e revelador. Apesar de não se tratar de uma falácia — mas sim de uma habilidade teatral — a pseudoprofundidade costuma caminhar lado a lado com as falácias, pois é uma maneira de camuflar argumentos frágeis com um revestimento de “sabedoria profunda ou divina”.
5.Falácia do ataque ao argumentador
Esta falácia, também chamada de argumentum ad hominem, é largamente utilizada para fugir da argumentação atacando a conduta moral ou alguma suposta falha pessoal do argumentador. É uma estratégia muito comum, utilizada largamente na política e no cotidiano. Podemos observar as pessoas utilizando ad hominem mesmo sem conhecer falácias. É uma forma fácil de fugir do assunto passando a impressão de argumento válido.
6.Falácia do apelo à autoridade
Esta é uma falácia muito utilizada em comerciais. Basta lembrar a quantidade de celebridades e “especialistas” que recomendam a compra de produtos e serviços. Algumas celebridades aconselham que você compre um produto que elas mesmas nunca comprariam. Existem também autoridades que não são especialistas no produto mas recomendam que você o compre. Essa falácia é também chamada de argumentum ad verecundiam.
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