A inteligência é uma capacidade complexa; não implica apenas ser capaz de processar informações rapidamente e misturar ideias aparentemente desconexas para resolver problemas, mas também ser flexível o suficiente para mudar de rumo quando nos encontramos num beco sem saída e até ter um alto grau de autoestima. Neste texto falaremos um pouco sobre a necessidade do cérebro de “ignorar informação”.
Porém, pesquisadores da Universidade de Rochester descobriram que as pessoas mais inteligentes têm outra característica em comum: serem capazes de bloquear ou ignorar informações inúteis. Os cérebros das pessoas com QI mais elevado ignoram automaticamente informações irrelevantes.
Bloquear informações irrelevantes é sinal de um cérebro mais eficiente
Um grupo de pessoas fez uma série de testes para avaliar seu QI e depois assistiu a vídeos de objetos pequenos e grandes movendo-se levemente para a direita ou para a esquerda na tela. O objetivo era identificar a direção do movimento.
Porquê esta tarefa?
Porque sabemos que o nosso cérebro tem mais dificuldade em acompanhar os movimentos de objetos grandes, mas está afinado para detectar movimentos mais subtis, uma vez que estes podem representar um perigo maior. Portanto, esta tarefa revela a eficiência com que nosso cérebro funciona ao processar todos os tipos de estímulos.
Esses psicólogos descobriram que as diferenças entre as pessoas na identificação correta da direção do movimento de objetos pequenos e grandes tinham uma forte relação com o seu QI. O padrão era claro: quanto mais difícil era para elas detectar grandes movimentos e mais precisos eles eram com os pequenos, maior o QI
Este experimento simples refere-se à supressão, a capacidade de inibir informações irrelevantes que podem nos desviar do nosso objetivo. Sem dúvida, a capacidade de bloquear elementos que distraem o ambiente é essencial para podermos focar nos dados que são verdadeiramente relevantes e que nos permitem encontrar uma solução mais rapidamente.
Bloquear o que não vale também é essencial para ser feliz
Ser capaz de ignorar tudo o que não vale a pena não só nos permite processar as informações com mais rapidez e manter o foco nos nossos objetivos. Na verdade, uma das chaves do equilíbrio emocional consiste precisamente em poder analisar os fatos na sua devida medida. Não devemos dar mais importância do que têm ou merecem.
Por isso, as pessoas mais felizes têm um traço comum: fazem ouvidos moucos às coisas que as prejudicam e que não agregam nada de valor. Essas pessoas bloqueiam:
– Críticas destrutivas, porque sabem que este tipo de opiniões dizem mais sobre o crítico do que sobre o criticado, tendo consciência de que não podem agregar valor mas muitas vezes o seu objetivo é justamente causar danos.
Leia também: Agora na Netflix: Filme de romance baseado em livro que vendeu 15 milhões de exemplares vai lavar sua alma
– Pequenas frustrações do dia a dia, pois entendem que um contratempo não é suficiente para estragar o seu dia. Essas pessoas aprenderam a fluir, liberando rapidamente as emoções negativas que pequenos contratempos e conflitos do dia a dia podem gerar.
– Pessoas tóxicas, porque sabem que para que alguém lhes faça mal é preciso primeiro dar-lhes o poder para o fazer. Portanto, as pessoas mais inteligentes e felizes não permitem que os outros descontem nelas seus medos, frustrações, raiva e ansiedades.
– Diálogo interno negativo, porque têm consciência de que às vezes somos o nosso pior inimigo. Portanto, essas pessoas aprendem a controlar esse diálogo interno, Assim elas não permitem que ele as faça sentir-se mal ou as impeça de perseguir seus sonhos.
Fonte:
Melnick, MD et. Al. (2013) Uma forte ligação interativa entre discriminações sensoriais e inteligência. Biologia Atual ; 23(11): 1013-1017.
Texto originalmente publicado em Rincón de la Psicología