O Padre Fábio de Melo, uma figura conhecida por sua fé inabalável e mensagens de esperança, recentemente compartilhou uma notícia que tocou o coração de muitos: a depressão, que ele enfrentou no passado, retornou.

Durante um evento em Pernambuco, o padre abriu seu coração para os fiéis, confessando a luta que tem travado contra a doença nas últimas semanas. “Ao longo dessas duas últimas semanas, a depressão tomou conta de mim de novo”, desabafou. “Eu só tenho um pensamento nessa vida: a vontade de deixar de viver”.

Essa revelação corajosa do Padre Fábio de Melo serve como um lembrete importante: a depressão pode atingir qualquer um, independentemente de crenças, status social ou aparente felicidade.

E, como uma sombra persistente, ela pode retornar mesmo após períodos de remissão. Mas, afinal, o que pode causar o retorno da depressão? E como podemos reconhecer os sinais e buscar ajuda?

pensarcontemporaneo.com - "Tomou conta de mim, vontade de deixar de viver": Padre Fábio de Melo revela volta da depressão e explica o que aconteceu

As armadilhas da mente: entendendo o retorno da depressão

A depressão é uma doença complexa, com raízes que se entrelaçam em fatores biológicos, psicológicos e sociais. Diversos elementos podem contribuir para o seu retorno, como explica o psiquiatra Bruno Pascale Cammarota: “isolamento social, perdas significativas, desemprego, frustrações amorosas, decepções com a vida e dificuldades no desenvolvimento pessoal”.

Imagine a depressão como um quebra-cabeça, onde cada peça representa um fator que contribui para o seu surgimento. Alterações nos níveis de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, são peças-chave nesse quebra-cabeça, influenciando diretamente o humor e o bem-estar.

Além disso, o histórico familiar e a predisposição genética também desempenham um papel importante. Se seus pais ou avós tiveram depressão, você tem uma chance maior de desenvolvê-la.

No entanto, a genética não é o único fator determinante. Experiências traumáticas do passado, padrões de pensamento negativos e a dificuldade em lidar com as emoções também podem abrir caminho para a depressão.

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Sinais de alerta: reconhecendo o retorno da depressão

Assim como um incêndio começa com uma pequena faísca, a depressão também dá sinais de sua volta. É fundamental estar atento a esses sinais para buscar ajuda o mais rápido possível.

Alterações no sono, como insônia ou excesso de sono, são comuns. O humor também sofre oscilações, com a tristeza se tornando uma companheira constante. A sensação de vazio e angústia, como se a vida tivesse perdido o sentido, também pode indicar o retorno da depressão.

A psicóloga Larissa Fonseca destaca outros sintomas importantes: “falta de energia, desmotivação, dificuldade de concentração, esquecimentos frequentes e problemas para tomar decisões”. É como se uma névoa mental impedisse a pessoa de realizar suas atividades cotidianas com clareza e entusiasmo.

Em alguns casos, a depressão também se manifesta fisicamente, com dores no corpo, alterações no apetite e diminuição da libido. É importante lembrar que cada pessoa vivencia a depressão de maneira única, e os sintomas podem variar.

Enfrentando a sombra: como lidar com o retorno da depressão

Quando a depressão retorna, é como se enfrentássemos um velho inimigo que conhecemos bem, mas que ainda nos causa medo e sofrimento. O tratamento precisa ser reavaliado e ajustado para combater essa nova onda de tristeza.

“Geralmente, são acrescentados novos medicamentos, como estabilizadores de humor, e a psicoterapia se torna mais frequente”, explica o Dr. Cammarota. A terapia é essencial para ajudar a pessoa a entender as causas da depressão, desenvolver mecanismos de enfrentamento e evitar novas recaídas.

Mudanças no estilo de vida também são fundamentais. A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada, técnicas de relaxamento e a criação de uma rotina saudável podem fortalecer a mente e o corpo contra a depressão.

É importante lembrar que a depressão é uma doença crônica, que pode retornar mesmo após o tratamento. No entanto, com acompanhamento profissional adequado e mudanças no estilo de vida, é possível controlar os sintomas e ter uma vida plena e feliz.

Recaída x Transtorno Depressivo Recorrente: entendendo a diferença

A recaída na depressão ocorre quando os sintomas retornam após um período de remissão, como se a doença tivesse “dado uma trégua” e voltado com força total. Já o Transtorno Depressivo Recorrente se caracteriza por episódios depressivos repetitivos ao longo da vida, mesmo após o tratamento.

“É como se a pessoa estivesse em uma montanha-russa emocional, com altos e baixos constantes”, explica a psicóloga Larissa Fonseca. “É fundamental que o paciente compreenda a importância do tratamento contínuo, mesmo nos períodos de bem-estar, para evitar novas crises.”

Dicas para evitar novas crises:

  1. Modere o consumo de café: a cafeína pode aumentar a ansiedade e piorar os sintomas da depressão.
  2. Evite refrigerantes: o excesso de açúcar pode desregular o humor e afetar o sono.
  3. Cultive hobbies saudáveis: atividades prazerosas ajudam a relaxar a mente e aumentar a autoestima.
  4. Adquira novas habilidades: aprender coisas novas estimula o cérebro e traz a sensação de realização.
  5. Reduza o consumo de notícias negativas: o excesso de informações negativas pode aumentar a ansiedade e o pessimismo.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.