O filme brasileiro Ainda Estou Aqui chegou aos cinemas no dia 7 de novembro e, em pouco tempo, já se tornou um dos assuntos mais comentados. Baseado em uma história real, o longa retrata a vida de Eunice Paiva, que enfrentou a repressão e violência da ditadura militar brasileira enquanto cuidava sozinha dos cinco filhos após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva.

A obra traz um olhar sensível e profundo sobre as cicatrizes deixadas por essa época sombria da história do país, e se destaca tanto pelo elenco de peso quanto pela direção de Walter Salles, um dos maiores cineastas do Brasil.

Para quem quer entender melhor o impacto e a importância de Ainda Estou Aqui, aqui estão cinco pontos essenciais sobre a produção:

Ainda Estou Aqui: 5 coisas que você precisa saber antes de assistir ao filme

1. A história por trás do livro

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O filme é uma adaptação do livro Ainda Estou Aqui, escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva. Marcelo tinha apenas 11 anos quando seu pai desapareceu, e o livro narra as dificuldades e angústias que ele e sua família enfrentaram após o desaparecimento do deputado.

Publicado em 2015, o livro revela os detalhes dolorosos e o medo constante que a família Paiva viveu durante os Anos de Chumbo. A obra também reflete sobre o impacto desse trauma na vida de Eunice, que, mesmo enfrentando o Alzheimer nos últimos anos de sua vida, manteve viva a luta pela memória e justiça do marido desaparecido.

2. Um retrato de uma história real e dolorosa

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Rubens Paiva foi um engenheiro e deputado que se destacou no cenário político antes do golpe militar de 1964. Ao apoiar o então presidente João Goulart, Rubens se tornou alvo dos militares e, após o golpe, teve seu mandato cassado. Em janeiro de 1971, ele foi preso em casa por agentes militares e levado para um centro de detenção, onde foi torturado.

A família só teve acesso ao atestado de óbito de Rubens Paiva em 1996, décadas depois de seu desaparecimento. Durante anos, os militares tentaram ocultar as circunstâncias de sua morte, e em 2014, a Comissão da Verdade revelou que seu corpo foi descartado no mar. A história de Eunice e sua luta para encontrar respostas e manter a memória do marido viva é o coração de Ainda Estou Aqui, mostrando o impacto da ditadura nas famílias das vítimas.

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3. Um elenco de destaque

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O filme conta com um elenco poderoso para dar vida a essa história intensa. Dirigido por Walter Salles, o longa tem Fernanda Montenegro e Fernanda Torres interpretando Eunice Paiva em diferentes fases de sua vida, trazendo emoção e profundidade ao papel. Selton Mello vive Rubens Paiva, e Antonio Saboia interpreta Marcelo, o filho que escreveu o livro.

Outros nomes notáveis do elenco incluem Valentina Herszage, Maeve Jinkings, Marjorie Estiano, Humberto Carrão e Bárbara Luz. Esse conjunto de atores oferece performances que ajudam a construir o peso emocional do filme e o vínculo que a história cria com o público.

4. Recepção e aclamação internacional

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Ainda Estou Aqui fez sua estreia no Festival de Cinema de Veneza e foi muito bem recebido, ganhando o prêmio de Melhor Roteiro e sendo aplaudido de pé por 10 minutos. Críticos renomados elogiaram o filme como um retrato comovente da resistência e memória, destacando o trabalho de Walter Salles como diretor.

Jessica Kiang, da Variety, chamou o filme de “um retrato profundamente tocante de uma família e de um país marcado pela dor”. Outros veículos, como o Deadline e o The Guardian, também destacaram a produção como uma celebração da resiliência brasileira, valorizando o espírito do país mesmo em meio a adversidades históricas.

Além disso, o filme foi premiado pelo Critics Choice Awards e também recebeu o Green Drop Award, um prêmio concedido a filmes que promovem valores de sustentabilidade e preservação ambiental, enfatizando o compromisso com causas globais e de impacto social.

5. Um possível candidato ao Oscar

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Com a repercussão internacional e os prêmios conquistados, Ainda Estou Aqui tem grandes chances de representar o Brasil na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2025. Além disso, a atuação de Fernanda Torres foi amplamente elogiada, com críticos pedindo sua indicação à categoria de Melhor Atriz.

O Screen Daily e o The Guardian descreveram sua performance como “magnífica”, e ela vem sendo considerada uma das atuações mais marcantes do cinema brasileiro recente. A lista de pré-selecionados para o Oscar será divulgada em dezembro, e a expectativa é que o filme de Walter Salles tenha seu lugar garantido entre as produções internacionais indicadas.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.