No coração da Grã-Bretanha romana, cerca de dois mil anos atrás, um homem escravizado enfrentou um destino brutal que recentemente foi trazido à luz por meio de uma impressionante reconstrução facial realizada por Joe Mullins, um artista forense da Universidade George Mason, nos Estados Unidos.
A descoberta dos ossos desse indivíduo único, o único encontrado crucificado na Grã-Bretanha romana, ocorreu durante uma escavação em 2017, nas profundezas de Cambridgeshire. O esqueleto, notável por um prego que atravessava o osso do calcanhar, estava enterrado em meio a outros restos humanos em uma antiga fábrica de engarrafamento de leite na vila de Fenstanton.
Os arqueólogos, durante a escavação de cinco pequenos cemitérios romanos, identificaram restos de adultos e crianças datados principalmente do século 4 d.C. No entanto, o destaque foi o esqueleto desse homem, agora conhecido como “Esqueleto 4926”. O processo de recriação facial empreendido por Mullins revelou um rosto que não só desafia o tempo, mas também proporciona uma conexão fascinante com o passado.
“A Crucificação de Cambridgeshire”, documentário da BBC Four que revelou o trabalho de Mullins, oferece uma visão única dessa jornada de reconstrução. Mullins, ao analisar dados de DNA e isotópicos, inferiu que o homem tinha cabelos e olhos castanhos. A análise aprofundada também indicou que o indivíduo era um homem escravizado que enfrentou a crucificação brutal entre os séculos 3 e 4 d.C.
Embora os motivos por trás de sua morte permaneçam desconhecidos, o prego de aproximadamente 5 cm cravado no osso do calcanhar é um testemunho sombrio de um passado marcado pela crueldade.
Ao lado dos restos mortais de outras 40 pessoas, incluindo aqueles com ocupações semelhantes, esse trabalhador manual compartilhava um destino trágico, possivelmente relacionado ao processamento de restos de animais para a produção de velas ou sabonetes.
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Os restos do “Esqueleto 4926” revelam um fim particularmente horrível. Sinais de infecção e inflamação nas pernas indicam sofrimento causado por amarrações ou correntes, evidenciando uma trajetória de angústia antes da morte. Corinne Duhig, especialista em ossos da Universidade de Cambridge, ressalta a importância de olhar para esse rosto recriado com respeito, reconhecendo a tragédia que marcou o último capítulo da vida desse homem.
Antes desta descoberta, crucifixões romanas eram raramente documentadas, com Israel sendo o local de descobertas anteriores. Duhig destaca que, apesar da tortura infligida, o homem foi concedido um enterro comum pela população. Ao contrário do comum após crucificações, ele não foi deixado sem sepultura formal.
A prática da crucificação, notória pela história de Jesus Cristo, foi aplicada por séculos antes e depois do primeiro século. Apesar de sua prevalência no mundo romano, evidências tangíveis são escassas, principalmente devido ao descarte ou reutilização de pregos após a crucificação.
“A feliz combinação da boa preservação com o prego deixado no osso me permitiu examinar este exemplar quase único, ao passo que milhares [de esqueletos como esse] foram perdidos”, comenta Duhig, ressaltando a singularidade e importância desse achado no panorama arqueológico. A recriação do rosto desse homem escravizado oferece uma janela intrigante para o passado, trazendo à tona não apenas a brutalidade de sua morte, mas também a humanidade que permanece viva mesmo após dois milênios.
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Fonte: AnH
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