Michel Foucault é um dos filósofos e psicólogos franceses do século XX mais influentes a nível mundial. Junte-se a nós para conhecer a sua vida e obra e como o seu pensamento contribuiu, de certa forma, para mobilizar a sociedade.

Biografia e obra de Michel Foucault

Conheça a biografia de Michel Foucault, considerado um dos grandes pensadores do século XX. Esse filósofo, psicólogo, teórico social e historiador desenvolveu diferentes ideias que marcaram a cultura francesa. No entanto, as suas contribuições ultrapassaram as suas fronteiras e os limites dentro das diversas áreas em que ele se destacou.

Muito prolífico, alcançou fama e notoriedade mundial graças à sua pesquisa em vários assuntos, como a psiquiatria. Destacam-se também os seus estudos sobre sexualidade humana, sistema de saúde e, inclusive, sobre as instituições sociais, com ênfase especial nas prisões.

Esse pensador, além de ser um ativista, era uma pessoa muito inquieta e ativa em suas pesquisas e estudos. Tudo isso se refletiu em seu trabalho e na intensidade que caracterizou a sua vida.

Foucault é um autor multidisciplinar cujas contribuições ainda são muito úteis em diferentes áreas.

Os primeiros anos da biografia de Michel Foucault

Michel Foucault nasceu em Poitiers, França, em 15 de outubro de 1926. Sendo filho de um prestigiado cirurgião francês, a sua família esperava que ele seguisse os passos de seu pai. Ele cresceu em uma família que valorizava os estudos, considerando que o conhecimento era essencial para a pessoa. Esse ambiente o levaria a frequentar escolas muito importantes, embora ele nem sempre tenha sido um ótimo aluno. Ele obteve sucesso e reconhecimento acadêmico, mas também acumulou fracassos.

Foucault estudou na prestigiada École Normande Supérieure, na qual foram formados os melhores pensadores e especialistas em humanidades da França. No entanto, para Michel Foucault, a sua passagem por ela foi trágica, pois nessa época ele sofreu de depressão e tentou suicídio várias vezes. Por esse motivo, ele recebeu tratamento psiquiátrico já em sua juventude.

Michel Foucault e a psicologia

Após o contato com a psiquiatria como paciente, nasceu outra grande paixão: a psicologia. O seu contato prematuro com essa disciplina levou Foucault a estudá-la no campo acadêmico. Ele se formou em psicologia, além da sua formação em filosofia. O seu prestígio era tanto que ele permaneceu como professor na mesma escola que se formara.

Em pouco tempo, conseguiu uma posição como professor de psicologia na conhecida Universidade de Lille. Mais tarde, ingressou no Departamento de Filosofia da Universidade Clermont-Ferrand, para concluir o seu doutorado. Foi durante esse período que ele escreveu a maioria de seus trabalhos sobre psiquiatria, psicologia e saúde mental. Os seus estudos sobre sexualidade, política e questões sociais vieram após esta fase.

Posteriormente, as famosas revoltas dos estudantes de maio de 1968 deixaram uma marca importante em Michel Foucault, desenvolvendo um grande ativismo político e fazendo com que ele ingressasse no Departamento de Filosofia da Universidade Experimental Paris VIII, fundada nessa época.

Finalmente, ele foi eleito membro do corpo acadêmico do Colégio da França, uma posição de reconhecido prestígio que lhe permitiu viajar pelo mundo todo dando aulas e palestras, o que aumentou a sua participação na vida política.

Nessa época, ele foi acusado de mudar de opinião e de ideias. Isso era algo que ele defendia e considerava um fato normal ao adquirir conhecimento e experiência. No entanto, isso o levou a destruir grande parte de seu trabalho e a proibir a publicação dos escritos restantes.

Finalmente, após uma vida de flutuações emocionais e uma grande dedicação ao estudo e pesquisa, Michel Foucault morreu de complicações derivadas da AIDS em 1984.

A sua obra
“O conhecimento é o único espaço de liberdade do ser”.
– Michel Foucault –

Michel Foucault detectou deficiências nas principais correntes que tratavam da psicopatologia, especialmente da psicanálise, fenomenologia e evolucionismo. Mais tarde, ele baseou a sua teoria na interpretação global da doença mental, a partir de dois novos pontos de vista: o cultural e o social.

Para Foucault, o poder parte de todas as áreas da sociedade e, como consequência, propõe a análise das relações de poder existentes no ambiente social, segundo os seus critérios. Via na filosofia e na pesquisa armas de análise que poderiam provocar mudanças na sociedade. Por esse motivo, ele considerava que o papel dos pensadores era contribuir com a sociedade.

Foucault analisou como se construía o indivíduo psicológico a partir dos três conhecimentos fundamentais do homem:

Em primeiro lugar, a psicologia e psiquiatria.
Em segundo lugar, os exercícios de poder, tanto normalizadores quanto institucionais.
Por último, destacou o poder da subjetivação, composto pela análise, confissão e culpa moral.

O pensador foi além em suas pesquisas, contribuindo com um novo componente historiográfico. Ou seja, ele decidiu explicar como certos problemas foram tratados ao longo da história e, dessa forma, conseguiu comprovar e explicar as mudanças que ocorreram nos diferentes períodos. Uma visão diacrônica de um problema fornece uma visão objetiva do mesmo fato no presente.

Conclusão

Como a loucura foi tratada ao longo da história? E a sexualidade? Que conclusões podemos tirar disso? Tudo isso se refletiu em suas obras, entre as quais se destacam: História da Loucura na Era Clássica, As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento, Vigiar e Punir, História da Sexualidade, O Nascimento da Clínica, etc.

Ao analisarmos a biografia de Michel Foucault, vemos que ele realmente foi um dos grandes pensadores da França do século passado. O seu pensamento influenciou muito a filosofia e a psicologia do século XX. Além disso, muitos dos seus trabalhos continuam sendo editados e geram um grande impacto na sociedade atual.

Bibliografia

Chand, S. P., Arif, H., & Kutlenios, R. M. (2021). Depression. StatPearls. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430847/
Foucault, M. (1990). Vigilar y castigar: nacimiento de la prisión. Siglo XXI.
Foucault, M. (1997). La arqueología del saber. Siglo XXI.
Foucault, M. (2002). Historia de la sexualidad: el uso de los placeres (Vol. 2). Siglo XXI.
Foucault, M. (1968). Las palabras y las cosas: una arqueología de las ciencias humanas. Siglo XXI.
Foucault, M. (1978). El nacimiento de la clínica: una arqueología de la mirada médica. Siglo XXI.
Guizzo, D., & de Lima, I. V. (2015). Foucault’s contributions for understanding power relations in British classical political economy. EconomiA, 16(2), 194-205.
Wylie, K. (2007). Sexuality: its not just sex. Journal of the Royal Society of Medicine, 100(7), 300-300.

Fonte: A Mente é Maravilhosa

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