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Cientistas revelam as sequelas de homem que ousou ficar 11 DIAS SEM DORMIR

No contexto pós-lançamento do livro “Laranja Mecânica” por Anthony Burgess, em 1963, o jovem Randy Gardner, então com 17 anos, decidiu embarcar em um experimento peculiar, assemelhando-se à experiência do protagonista Alex DeLarge na renomada obra cinematográfica de Stanley Kubrick. O palco para esse audacioso projeto foi a Feira de Ciências da Grande San Diego, na Califórnia, onde Randy apresentou sua proposta de submeter-se a um prolongado período sem dormir, tornando-se sua própria ‘cobaia’.

Até aquela data, o recorde de privação de sono pertencia ao radialista Tom Rounds, que permaneceu acordado por 260 horas. Randy, com a colaboração de Bruce McAllister e Joe Marciano, superou esse feito, estabelecendo a marca de 11 dias e 25 minutos acordado em 8 de janeiro de 1964, ultrapassando o recorde anterior por quatro horas e 25 minutos.

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No entanto, as consequências para a saúde de Randy foram significativas. Ao término do experimento, ele relatou sentir-se enjoado, irritado e com dificuldades na fala. Na tentativa de recuperar-se, investiu em longas horas de sono, totalizando 14 horas e 46 minutos no primeiro dia e mais 10 horas e meia na noite seguinte, sob observação hospitalar.

Análises neurológicas subsequentes revelaram que Randy estava “cochilando o tempo todo”, com diferentes partes do cérebro alternando entre estados de sono e vigília, o que, acredita-se, evitou consequências mais graves, inclusive sua morte.

Os efeitos a longo prazo do experimento tornaram-se evidentes. Randy experimentou náuseas persistentes, irritabilidade, distorção do olfato e começou a ter alucinações. Sua memória também foi afetada, comparada à deterioração associada ao Mal de Alzheimer. Notavelmente, ele falhou ao tentar contar até 100, indicando impactos significativos.

Embora os anos tenham contribuído para a recuperação gradual de Randy, agora com 78 anos, ele enfrentou uma redução progressiva de suas horas de sono. Nos anos 2000, tornou-se um insone, dedicando cerca de seis horas diárias para obter apenas 15 minutos de sono antes de despertar novamente.

Embora outros tenham superado o recorde de Randy, como Robert McDonald em 1986, com impressionantes 453 horas e 40 minutos de vigília, o caso de Randy permanece o mais notório devido à extensa documentação realizada na época.

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Fonte: RM

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Gabriel Pietro

Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.

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