Jennifer Delgado / Rincón de la Psicología
Ao longo dos anos, conhecemos muitas, muitas pessoas. Com algumas delas, estabeleceremos relacionamentos significativos e permitiremos que eles façam parte de nossa vida. De outras pessoas, manteremos apenas uma memória nebulosa e de outras nem isso, porque os encontros fugazes nem nos deram tempo para fixar seus rostos em nossa memória. Assim, encontro após encontro, estamos criando nossos círculos de confiança.
O que são círculos de confiança em Psicologia?
Os círculos de confiança são uma maneira gráfica de representar os relacionamentos que estabelecemos, colocando as pessoas que conhecemos em uma série de círculos concêntricos que diferem entre si pelo grau de confiança, intimidade, atenção e cuidado que colocamos em cada um deles. Portanto, os círculos de confiança expressam o tipo de relacionamento que estabelecemos com as pessoas e o quão próximas ou distantes as percebemos.
Os círculos de confiança que compõem nossos relacionamentos
No centro desse círculo, nos encontramos. A partir desse “eu”, criamos diferentes círculos concêntricos nos quais localizaremos as pessoas que conhecemos.
1 – Círculo de intimidade. Esse círculo é formado pelas pessoas mais íntimas, aquelas em quem confiamos com os olhos fechados, geralmente o casal, filhos, pais e / ou irmãos. Nesse círculo estão aquelas pessoas a quem nos voltamos quando temos um grande problema e a quem confiamos nossos maiores segredos e preocupações. São aquelas pessoas que cuidam de nós quando adoecemos, que estão ao nosso lado nos momentos mais difíceis e que estão sempre cuidando de nós.
2 – Círculo de confiança média. Nesse círculo estão aquelas pessoas com quem temos um relacionamento próximo, mas não tanto. São pessoas de quem podemos pedir um favor, aquelas com quem passamos um tempo, nos divertimos e compartilhamos nossa visão do mundo, para que possamos conversar sobre muitos tópicos, alguns até delicados. Amigos e alguns membros da família geralmente são encontrados neste círculo.
3 – Círculo de pouca confiança. Esse círculo é formado por pessoas com quem temos relacionamentos, mas com quem não contaríamos nossos segredos e nem ousaríamos pedir grandes favores ou confessar certos detalhes de nossas vidas. Geralmente, são pessoas com quem temos relacionamentos circunstanciais, como os colegas de trabalho mais próximos ou os parentes mais distantes.
4 – Círculo de confiança muito baixo. Esse círculo é formado por pessoas que conhecemos porque as encontramos em diferentes ocasiões, mas com quem não estabelecemos um relacionamento como tal. Pode ser o vizinho que cumprimentamos ao sair de casa, a pessoa que trabalha em outro departamento de nossa empresa ou o balconista de loja em que costumamos ir.
5 – Círculo de desconfiança. Fora desses círculos de confiança estão os “outros”, pessoas desconhecidas com as quais não estabelecemos nenhum tipo de relacionamento ou com quem trocamos algum encontro casual, mas sem consequências. Geralmente, essas pessoas geram certo grau de desconfiança ou suspeita, uma vez que não as conhecemos.
Grandes ou restritos círculos de confiança: o que é melhor para o nosso bem-estar psicológico?
Toda vez que expandimos nossos círculos de confiança, incluindo outros, rompemos um muro psicológico e nos aproximamos. Ter pessoas em que podemos confiar ao nosso lado é benéfico para nossa saúde física e mental, não apenas porque elas nos ajudarão quando mais precisamos, mas porque sua mera existência é uma fonte de segurança e confiança. Ter fortes redes de apoio nos permitirá lidar melhor com as adversidades da vida. Não há dúvida.
No entanto, permitir que pessoas não confiáveis se movam para o nosso círculo mais íntimo nos expõe emocionalmente, deixando-nos vulneráveis. Se permitirmos que pessoas tóxicas acampem em nossos círculos íntimos, estaremos à sua mercê e, mais cedo ou mais tarde, seu comportamento acabará nos afetando.
Isso significa que devemos ter mais cuidado com as pessoas que permitimos entrar em nossa privacidade. Não se trata de assumir uma atitude suspeita ou desconfiar a priori da alteridade, fechando-nos em um círculo tão pequeno que ameaça nos sufocar psicologicamente, mas de poder escolher as pessoas que queremos ao nosso lado na vida e não deixar Deixe a vida colocá-los por acaso em alguém próximo a nós. Trata-se de escolher as pessoas que podem trazer o melhor de nós e, é claro, tornar-se uma pessoa que também traz luz para os outros.