Comunidades sem acesso à energia elétrica no Pantanal vão receber microssistemas de geração solar fotovoltaica e de armazenamento de energia excedente em baterias. A instalação do sistemas faz parte do programa Ilumina Pantanal e deve começar em julho.
Ao todo, 2.167 unidades consumidoras serão beneficiadas pelo projeto até 2022, o que representa em torno de 5 mil habitantes, espalhados por uma área de 90 mil km², nos municípios de Corumbá, Aquidauana, Coxim, Ladário, Porto Murtinho, Rio Verde e Miranda. Desse grupo, 77 famílias já foram atendidas por rede de distribuição convencional, e agora 2.090 serão atendidos por sistemas individuais cuja fonte de energia é solar.
O anúncio de ampliação do acesso à eletricidade foi realizado no dia 2 de março de 2021, pelo Grupo Energisa e pelo governo Estado do Mato Grosso do Sul, em evento transmitido nas redes sociais.
Com a instalação dos microssistemas, a maioria das famílias da região terá garantido o fornecimento de energia limpa e ininterrupta, mesmo durante a noite e em dias chuvosos ou nublados, quando há pouca incidência da luz solar. No total, o Grupo Energisa está investindo R$ 134 milhões no programa.
O CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, destaca a missão do projeto de levar qualidade de vida à população. “Hoje estamos dando um passo importante em benefício das comunidades e consumidores desta vasta, remota e frágil área do Mato Grosso do Sul com o fornecimento de energia limpa, sustentável, segura e confiável. Energia que traz o futuro ao alcance de todos, traz saúde, conforto e sustento”, declarou.
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A universalização do Pantanal teve início com um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Energisa fomentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Num primeiro momento, a empresa realizou, junto com o Instituto Lactec, um censo inédito da região, colhendo informações de cunho socioambiental, analisando o ambiente regulatório e diagnosticando o atendimento e o zoneamento. A pesquisa identificou aproximadamente 3,4 mil moradores que vivem na região isolada do Pantanal, sendo que 45% deste total são ribeirinhos – população local que vive às margens do rio.
Estas pessoas se dedicam, principalmente, à pesca artesanal e à coleta de iscas para venda aos pescadores esportivos ou recreativos. Os demais moradores são proprietários rurais e trabalhadores de grandes fazendas da região que moram com suas famílias dentro das propriedades. Há locais que só são acessíveis de barco. Outros até podem ser alcançados por terra, mas com a necessidade de percorrer horas com cavalos e tratores ou caminhonetes, para superar vazantes e areais. Algumas viagens chegam a durar oito horas por terra.
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Em 2018, teve início a etapa piloto do projeto, em que 23 unidades, entre casas, escolas e propriedades rurais, espalhadas por quase 90 mil km², receberam sistemas de geração solar fotovoltaica e armazenamento de energia, atendendo a cerca de 100 pessoas. Foram beneficiadas populações de áreas de difícil acesso, nas margens do Rio Paraguai e em Taquari, Nhecolândia e Paiaguás.
A Escola Municipal Fazenda Nazaré, em Taquari (a duas horas de Porto Sagrado) e a escola do Sítio Santa Maria (a 3h30 do local) estão entre as instituições contempladas nesta fase do projeto, além da Ilha da Sorte e o Porto Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraguai, situado a uma distância de 4h30 de barco a partir de Corumbá, principal cidade da região.
“É uma proposta ousada de universalização, que vai melhorar a qualidade de vida da população, levando eletricidade para regiões de difícil acesso em uma faixa territorial maior do que a de muitos países da Europa. Com isso, vamos contribuir com o crescimento socioeconômico do Pantanal, com fornecimento de uma energia limpa, preservando a fauna e a flora”, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.
Fonte: Ciclo Vivo
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