As pessoas que estão deprimidas acham mais fácil deixar de lado os objetivos que estão prejudicando-as, descobre uma nova pesquisa. A depressão pode ser um mecanismo útil para impedir que as pessoas façam coisas que as tornam infelizes.
Por exemplo, a depressão pode impedir as pessoas de:
– Trabalhar muito,
– Assumir muitos compromissos fora do trabalho,
– Ou visar um objetivo impossível.
Objetivos não atingíveis podem provocar surtos de depressão, o que, em seguida, incentiva a pessoa a desistir.
Esta visão incomum da depressão como um estado “útil” vem de um artigo publicado no Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry.
Para o estudo, algumas pessoas que estavam deprimidas e algumas que não estavam foram convidados a resolver alguns anagramas. O truque era que alguns dos anagramas não podiam ser resolvidos.
Katharina Koppe, principal autora do estudo, explicou:
“Essas tarefas insolúveis representavam metas inalcançáveis, das quais era necessário desistir o mais rápido possível para usar o tempo de forma eficaz”.
Os resultados mostraram que as pessoas que estavam deprimidas gastavam menos tempo nos anagramas insolúveis do que no grupo controle. No entanto, as pessoas deprimidas passaram a mesma quantidade de tempo nos anagramas que poderiam ser resolvidos – mostrando que ainda persistiam em realizar tarefas que poderiam ser concluídas.
O professor Klaus Rothermund, co-autor do estudo, disse:
“A falta geral de motivação que é típica de muitos pacientes com depressão, aparentemente, dá origem a uma maior capacidade de abandonar metas, e pode-se usar isso em terapia”.
Desistir de uma tarefa impossível é claramente benéfico – enquanto o objetivo inalcançável é substituído por algo significativo que pode ser alcançado.
Koppe disse:
“Se deixarmos de ver a depressão simplesmente como um fardo psicológico, que só precisa ser removido através da terapia, também poderemos usar a crise do paciente como uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal”.
O estudo foi publicado no Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry