Quando se fala em literatura portuguesa, Fernando Pessoa é lembrado como um dos nomes mais notáveis de sempre!
A sua obra está imortalizada em verso e prosa, abordando os mais diversos assuntos – do amor à existência humana – de acordo com a personalidade que assumia na hora de produzir seus textos.
Seja como “Alberto Caeiro”, “Ricardo Reis” ou “Álvaro de Campos”, o trabalho de Fernando Pessoa é admirado e serve de inspiração em todos os cantos do mundo!
“Amo como ama o amor.
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além de que te amo,
se o que quero dizer-te é que te amo?”
O amor não exige explicações, fórmulas ou interpretações complexas. Para Pessoa o amor é um sentimento que se “auto explica”, afinal de contas, existe algo mais forte e importante do que um EU TE AMO que vem do fundo do coração?
“Eu não sei senão amar-te,
Nasci para te querer.
Ó quem me dera beijar-te,
E beijar-te até morrer.”
Como dito, o amor é aquela emoção intensa e profunda que é transmitida apenas através do olhar, do toque, do beijo… Quando amamos alguém a sensação que temos é de querer estar na companhia desta pessoa a cada minuto da nossa vida. Queremos sentir a presença e, obviamente, o carinho.
“Matar o sonho é matarmo-nos.
É mutilar a nossa alma.
O sonho é o que temos
de realmente nosso,
de impenetravelmente e
inexpugnavelmente nosso.”
Podem tirar tudo de você, mas nunca poderão arrancar os seus sonhos, quando você está disposto a acreditar neles.
“Tudo vale a pena
quando a alma
não é pequena”
Esta é uma das frases mais conhecidas de Pessoa, mas você já parou para refletir sobre o seu significado?
Todas as ações e gestos, mesmo os mais simples e ínfimos, são de enorme importância quando feitos de coração e alma!
“Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.”
Também já parou para refletir como podemos ser ingratos e insatisfeitos com a vida? Por mais conquistas que tenhamos, sempre há algo que não está bem…
Pessoa “desvenda este mistério” com uma frase curta e clara: NÃO SOMOS PERFEITOS. Nunca teremos uma vida perfeita, até porque a perfeição não pertence a natureza humana.
“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.”
Esta pode ser uma perspectiva um pouco pessimista sobre a nossa existência, mas é verdade. Pessoa mostra a morte algo tão natural que está indiretamente presente até mesmo na vida (só o que vive pode morrer, não é mesmo?).
“Os homens são fáceis de afastar.
Basta não nos aproximarmos.”
Manter a distância é o melhor método para pôr um ponto final numa relação tôxica. É simples, está na natureza de todo o ser humano.
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.”
“Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias.”
Nunca conseguiremos encontrar algumas respostas nesta vida se nos focarmos unicamente nos 5 sentidos físicos do corpo…
Precisamos fechar os olhos e olhar para quem somos, procurar usando a alma e não os olhos, os ouvidos ou as mãos. Podemos aprender muitas coisas sem mesmo nos darmos conta disso…
“A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.”
Pessoa resume um pouco sobre qual o significado da arte para si, e qual o propósito de seu trabalho. Neste ponto de vista, a arte pode servir como uma “fuga”, onde podemos esquecer dos nossos problemas e condições para viver aventuras e sentimentos que estão para além deste mundo.
A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.
Quando tentamos materializar sentimentos em arte não devemos esperar por uma ideia externa, mas apenas deixar que estas emoções nos guiem ao longo do processo.
Conhece alguém
as fronteiras à
sua alma, para
que possa dizer –
eu sou eu?
Você realmente conhece a si mesmo? Sabe reconhecer todos os limites do seu “eu” para afirmar quem é?
Estamos em constante evolução e, consequentemente, descobrindo novos caminhos ocultos e inexplorados dentro de nós mesmos. Não feche a sua alma numa caixa com a etiqueta de “concluído”. Permita expandir-se!
Matéria originalmente publicada no site PENSADOR
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