A NASA revelou, no dia 12 de janeiro, o X-59, uma aeronave experimental capaz de voar mais rápido do que a velocidade do som sem gerar o estrondo característico associado a tal feito. Desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin, o projeto promete transformar a aviação comercial, possibilitando uma significativa redução no tempo das viagens.
Ao contrário de outros aviões supersônicos, o X-59, com uma velocidade máxima de 1.488 km/h, equivalente a 1,4 vezes a velocidade do som, destaca-se por sua notável característica de ser consideravelmente mais “silencioso”, conforme afirmado pela agência espacial americana.
O estrondo sônico, habitual em voos supersônicos ao ultrapassar a barreira do som (1.234,8 km/h), é uma explosão sonora decorrente das ondas de pressão geradas durante o deslocamento da aeronave, fundindo-se em uma única onda de choque, causando desconforto e potenciais danos.
A proibição dos voos comerciais supersônicos em diversos países, incluindo os Estados Unidos, ocorreu devido à liberação de estrondos sônicos abaixo da rota das aeronaves, impactando negativamente a qualidade de vida da população. O X-59 surge como uma proposta inovadora da NASA para reverter esse cenário.
Desenvolvido como parte da missão Quesst desde 2018, o X-59 apresenta um design inovador com 30,3 metros de comprimento e 9 metros de largura. Seu nariz fino e cônico, representando quase um terço da aeronave, é crucial para sua capacidade de evitar o estrondo supersônico.
De acordo com a NASA, o desenho exclusivo contribui para “quebrar” as ondas de pressão liberadas ao superar a velocidade do som, tornando-o uma aeronave supersônica silenciosa. Além disso, o motor, localizado na parte superior, possui uma base lisa que evita a fusão das ondas de choque, adicionando outro elemento à supressão do estrondo característico.
A cabine, estrategicamente colocada quase na metade do comprimento do X-59, não possui janelas voltadas para a frente. Em vez disso, câmeras de alta resolução geram imagens para um monitor 4K instalado na cabine, permitindo ao piloto visualizar o entorno.
É relevante destacar que o modelo experimental não destina-se ao transporte de passageiros. O objetivo é incorporar sua tecnologia inovadora em futuros aviões supersônicos comerciais, seguindo o exemplo do aposentado Concorde, que encerrou suas operações em 2003.
O primeiro voo real do NASA X-59 está programado para ocorrer ainda em 2024, com a data a ser divulgada. Durante esse voo, a aeronave sobrevoará áreas residenciais pré-selecionadas nos Estados Unidos, permitindo a coleta de informações sobre o barulho gerado e sua percepção pela população.
A agência espacial, em colaboração com seus parceiros, buscará verificar se os ruídos emitidos durante os testes iniciais, estimados em cerca de 75 decibéis, são aceitáveis e podem influenciar a revisão das atuais regulamentações. A análise detalhada dos dados obtidos durante o experimento orientará os próximos passos do projeto, abrindo caminho para potenciais avanços na aviação supersônica.
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Fonte: CNN Brasil
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