Na tranquila paisagem belga, um caso inusitado agitou o sistema judicial em 2022. Um cidadão, que fora preso por dirigir embriagado, desafiou as acusações com uma explicação médica tão extraordinária quanto verdadeira.
Ele não havia consumido bebida alcoólica, mas sofria de uma condição rara conhecida como síndrome da autocervejaria (ABS), que faz com que seu corpo transforme carboidratos em álcool.
O indivíduo, cujo nome não foi divulgado, teve seu primeiro encontro com a polícia em abril de 2022, quando foi parado e seu teste de bafômetro apontou um teor alcoólico de 2,09 mg por litro de sangue, mais de quatro vezes acima do limite legal belga de 0,5 mg por litro. Alegando não ter bebido, a situação se repetiu em uma segunda ocasião, deixando as autoridades perplexas.
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A chave para entender o caso estava em seu inusitado local de trabalho: uma cervejaria. Embora pareça uma ironia, isso deu ao homem um raro insight sobre seu próprio problema. Ele havia consumido duas cervejas no dia anterior à sua primeira detenção, mas não estava alcoolizado no momento das ocorrências.
Confrontado com um mistério médico, o acusado buscou a ajuda de especialistas. Após testes meticulosos, ficou comprovado que ele realmente sofria da síndrome da autocervejaria, uma condição onde o sistema digestivo fermenta alimentos ricos em açúcar e amido, produzindo álcool de maneira endógena. Este diagnóstico foi validado por um segundo médico independente, por exigência do tribunal de Bruges.
Durante o julgamento, a defesa apresentou evidências convincentes de que o homem não exibia comportamentos típicos de embriaguez durante as abordagens, apesar dos altos níveis de álcool detectados em seu sangue. Essa particularidade foi crucial para convencer o juiz das circunstâncias extraordinárias que cercavam o caso.
Como resultado, o tribunal decidiu não impor uma proibição de dirigir, mas estabeleceu condições rigorosas para o futuro. O homem foi orientado a fazer mudanças significativas em sua dieta para controlar a síndrome ou a instalar um dispositivo alcolock em seu veículo, que previne a condução sob efeito de álcool.
A decisão trouxe alívio, mas também um sério aviso: qualquer reincidência, dadas as circunstâncias atípicas, poderia não ser vista com a mesma leniência…
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