Esta foto chocante e alarmante está percorrendo o mundo, chamando a atenção para um tópico de fundamental importância: a poluição das praias e do mar. Uma ave marinho alimenta seu filhote com uma ponta de cigarro.

A foto foi feita pela fotógrafa amadora Karen Mason, voluntária da organização ambiental National Audubon Society, e foi captada em St. Pete Beach, na Flórida.

A mulher estava em busca de assuntos bonitos e da natureza não contaminada a ser imortalizada, mas, pelo contrário, se viu diante de uma cena bastante perturbadora: uma ave marinha da espécie Rynchops niger (o bico de tesoura) que oferece ao filhote uma bituca de cigarro coletada na praia.

Uma segunda foto mostra o pássaro em primeiro plano com esse “alimento” incomum na boca.

pensarcontemporaneo.com - Mãe pássaro alimenta seu filhote com uma bituca de cigarro. A imagem símbolo da nossa poluição

Karen, chateada com o que foi fotografado, imediatamente compartilhou a foto em seu perfil no Facebook, comentando: “Se você fuma, por favor, não deixe as bitucas”

If you smoke, please don’t leave your butts behind

Publicado por Karen Catbird em Segunda-feira, 24 de junho de 2019

As bitucas de cigarro são um grande problema nas praias da Flórida (e além) e correm o risco de destruir o meio ambiente a longo prazo. De acordo com o Projeto de Poluição do Cigarro, uma campanha da Escola de Saúde Pública da Universidade de San Diego, mais de 5,5 trilhões (!) De bitucas de cigarro são lançadas de maneira descuidada no mundo todo ano.

Entre outras coisas, de acordo com um relatório da NBC News, as pontas de cigarro poluem mais do que canudos e sacolas plásticas e em grande número são encontradas no estômago de pássaros, peixes e tartarugas e são uma das principais causas de sua morte.

Quanto ao nosso país, um estudo inédito revelou que os banhistas que frequentam as praias em um trecho de 8 Km dividem o espaço com mais de 200 mil bitucas de cigarro, 15 mil lacres, tampas e anéis de lata, 150 mil fragmentos de plásticos diversos, 7 mil palitos de sorvete e churrasco e 19 mil hastes plásticas de pirulitos e cotonetes.

Os dados são resultado da segunda fase do projeto Lixo Fora D’Água, que visa o combate às fontes de poluição marinha por resíduos sólidos, coordenado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e um acordo de cooperação com a ISWA (associação internacional de resíduos sólidos), com apoio da Agência de Proteção Ambiental da Suécia. (Mais informações aqui)

Essas fotos nos mostram mais uma vez, com todo o seu realismo cruel, o impacto devastador do comportamento humano no bem-estar dos animais e no meio ambiente.







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