Segundo confirmado pela agência Reuters. faleceu, na data de hoje (terça-feira, 13), o cineasta francês Jean-Luc Godard.
Segundo a agência, a morte foi confirmada pela mulher do diretor, Anne-Marie Mieville: “Jean-Luc Godard morreu pacificamente em casa, cercado por entes queridos”, informou um comunicado enviado à imprensa francesa.
Já segundo o jornal Libération, o cineasta teria optado pelo suicídio assistido. “Ele não estava doente, estava simplesmente exausto”, informaram fontes da publicação.
Godard nasceu em Paris em 1930, de uma família franco-suíça, filho de um médico e neto de um dos fundadores do banco francês Paribas.
Godard é um dos fundadores da Nouvelle Vague, considerado um dos movimentos mais importantes do cinema mundial, criado na França no fim dos anos 1950 e que levou novos paradigmas de estética às produções cinematográficas do mundo inteiro.
Cortes bruscos, câmera em mãos e diálogos existenciais são algumas das características que definem a estética do movimento, que influenciou diretores ao longo das décadas seguintes.
Ele dirigiu mais de 40 longas-metragens ao longo de 70 anos de carreira, além de curtas-metragens, documentários experimentais, ensaios cinematográficos e vídeos de música.
Genial, criativo, polêmico, irrequieto e prolífico são alguns dos adjetivos atribuídos ao cineasta.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se pronunciou sobre a morte do cineasta, a quem chamou de “gênio” e “iconoclasta”.
“Jean Luc-Godard foi o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague. Ele inventou uma arte decididamente moderna e intensamente livre. Perdemos um tesouro nacional e um gênio”, declarou.
Entre suas obras de maior destaque estão “Acossado” (1960) e “O desprezo” (1963), estrelado por Brigitte Bardot. Godard também é responsável por filmes como “Viver a Vida” (1962), “Alphaville” e “O Demônio das Onze Horas”, ambos de 1965, “Week-End à Francesa” (1967), “Carmen” (1983), “Eu Vos Saúdo Maria” (1985) e “Adeus à Linguagem” (2014).
Grande parte dos títulos adotava um novo estilo de filmagem, redefinindo as normas de câmera – mais portáteis e com mais movimento -, som e narrativa, além de cortes e diálogos existenciais.
Suas produções também causaram controvérsia em setores tradicionais, com a igreja católica. O longa “Je Vous Salue, Marie” (1985) foi rejeitado pelo então papa João Paulo II e chegou a ser proibido no Brasil na época, sob alegação de que a história era uma ofensa às crenças católicas.
Em 2014, Godard ganhou o prêmio do júri do Festival de Cannes por “Adeus à Linguagem”. Em 2018, concorreu pela Palma de Ouro em Cannes com “Imagem e Palavra”, uma reflexão sobre o cinema e o mundo.
Além de vários Ursos em Berlim e Leões em Veneza, ele recebeu homenagens pelo conjunto de sua obra em premiações como o César, o Oscar e em Cannes.
Em março de 2021, ao completar 90 anos, Godard anunciou planos de se aposentar. Mas antes, declarou que faria mais dois filmes. “Estou finalizando a minha vida no cinema — sim, minha vida de cineasta — com mais dois roteiros. Depois disso, eu direi: ‘Adeus, cinema!'”, declarou.
Segue, abaixo, uma lista de filmes do Godard que podem ser assistidos em canais pagos do Brasil:
“Uma Mulher É Uma Mulher” (1961) – Globoplay e Telecine Play
“O Pequeno Soldado” (1963) – Globoplay e Telecine Play
“Uma Mulher Casada” (1964) – Globoplay e Telecine Play
“Masculino-Feminino” (1966) – Mubi
“Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela” (1967) – Belas Artes à La Carte e Mubi
“Sympathy for the Devil” (1968) – Belas Artes à La Carte
“Tudo Vai Bem” (1972) – Globoplay, Telecine Play e Oi Play
“Salve-se Quem Puder (A Vida)” (1980) – Globoplay e Telecine Play
“Paixão” (1982) – Globoplay e Telecine Play
“Carmen de Godard” (1983) – NetMovies
“Eu Vos Saúdo, Maria” (1985) – Globoplay, Telecine Play e Oi Play
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