Em um feito médico sem precedentes, Maira Montes, uma mulher jovem diagnosticada com a síndrome de Rokitansky, desafiou todas as probabilidades ao dar à luz utilizando o mesmo útero em que foi concebida. Esta condição rara privou Montes de ter uma vagina e útero naturais, tornando a gravidez um desafio quase intransponível, até recentes avanços na medicina terem aberto novas possibilidades.
O transplante pioneiro ocorreu em abril de 2022, quando o útero de sua mãe foi transplantado para Montes. Este evento marcante foi seguido, dois meses depois, pela primeira menstruação de Maira, um sinal promissor que antecedeu o início do processo de fertilização.
Adiante, o sucesso dessa etapa levou à gravidez e ao nascimento de Manuel, o primeiro filho de Maira, que chegou ao mundo com 37 semanas de gestação, pesando 2,9 quilos, como reportado pelo jornal El País.
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O nascimento de Manuel, realizado através de cesariana, foi uma proeza médica executada por uma equipe especializada do Hospital Clínic em Barcelona.
Sob a direção de Francisco Carmona, chefe do Serviço de Ginecologia, e Antonio Alcaraz, chefe do Serviço de Urologia e Transplante Renal, a cirurgia estabeleceu um novo marco na medicina reprodutiva.
Em declarações divulgadas no site do hospital, Francisco Carmona expressou sua admiração pelo sucesso do procedimento, ressaltando sua importância como um avanço científico e um testemunho da habilidade da equipe médica envolvida. Ele enfatizou a mudança de paradigma que este caso representa para a medicina.
Este caso não é o primeiro do tipo na Espanha. Em março de 2023, uma mulher com a mesma síndrome de Montes deu à luz após receber um útero transplantado de sua irmã. Antonio Alcaraz destacou a complexidade e a significância dessas cirurgias, enfatizando a habilidade e a competência da equipe médica em realizar tais procedimentos com excelentes resultados.
Os casos de Maira e da mulher anônima fazem parte de um programa experimental do Hospital Clínic, voltado para transplantes de útero em pacientes com síndrome de Rokitansky, uma condição que afeta uma em cada cinco mil mulheres globalmente.
O primeiro transplante de útero bem-sucedido foi realizado em 2013, na Universidade de Gotemburgo, Suécia, culminando no nascimento do primeiro bebê de um útero transplantado em 2014. Desde então, mais de 50 casos semelhantes foram registrados ao redor do mundo, marcando um avanço significativo na medicina reprodutiva.
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Fonte: EP
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