O fim das restrições sanitárias até então impostas pela China foi um enorme equívoco na visão do epidemiologista chinês Eric Feigl-Ding, ligado à ONU (Organização das Nações Unidas).
De acordo com o profissional, desde o afrouxamento das restrições no país asiático, hospitais nunca estiveram tão lotados e as funerárias tão “abarrotadas de corpos”.
Eric é líder da Força-Tarefa Covid no Instituto de Sistemas Complexos de New England, cofundador da Rede Mundial de Saúde e membro de um comitê de especialistas sobre o novo coronavírus da ONU.
Leia também: Como verificar se uma imagem tem direitos autorais? 5 maneiras de fazer isso
“É um professor renomado, confiável e com fontes na China”, confirma o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime.
Eric afirma estar repassando informações de hospitais e funerárias chinesas, que estariam usando refrigeradores para conservar os corpos que esperam na fila. “Um caos total”, alerta.
Para se ter uma ideia, a maior funerária de Pequim está com todos os incineradores funcionando, mas não atende a demanda, resultando em atraso de 20 dias.
“O tempo de duplicação do vírus na China pode não ser mais de dias, mas de horas”, afirmou. “As consequências econômicas globais (…) serão feias.”
De acordo com um estudo sobre o fim do programa “covid zero na China”, publicado na revista especializada Nature, consta a previsão de até um milhão de chineses mortos nos próximos meses. Relatório da Universidade de Hong Kong estima número parecido.
⚠️THERMONUCLEAR BAD—Hospitals completely overwhelmed in China ever since restrictions dropped. Epidemiologist estimate >60% of 🇨🇳 & 10% of Earth’s population likely infected over next 90 days. Deaths likely in the millions—plural. This is just the start—🧵pic.twitter.com/VAEvF0ALg9
— Eric Feigl-Ding (@DrEricDing) December 19, 2022
Àqueles que o acusam de alarmista, o epidemiologista avisa: “Você não precisa acreditar em mim. Muitos não o fizeram em janeiro de 2020, quando tentei alertar que o ‘novo coronavírus’ era uma pandemia que o mundo não via desde 1918”.
Para além do afrouxamento das medidas de contenção da doença, Naime, da SBI, atribui a “catástrofe chinesa” à resistência de idosos à vacinação e à utilização da primeira geração de vacinas, ainda não adaptada à variante ômicron.
Até aqui, a China vacinou 89% da população com 2 doses, mas apenas 57% receberam o reforço, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Leia também: Aos 76 anos, Paul, sobrevivente da polio, é um dos últimos homens do mundo confinado em “pulmão de ferro”
Fonte: Pragmatismo
Compartilhe o post com seus amigos! 😉