Por: Sara Espejo – Rincón del Tibet
Qualquer transtorno de ansiedade pode resultar em drenagem significativa de energia vital e aqueles que sofreram ou continuam a sofrer podem alegar que a ansiedade roubou uma parte importante de suas vidas.
O fato de sentirmos que estamos perdendo o controle pode ser motivo suficiente para afirmar que estamos permitindo que algo que não seja nós mesmos aja e decida por nós. Não ser capaz de tirar um pensamento da cabeça, ter que planejar o dia evitando situações que nos colocam em risco de sofrer um ataque de pânico, querendo ver apenas certas pessoas em circunstâncias específicas, nos diz que perdemos o controle sobre o que nós gostaríamos de viver.
Dar controle à ansiedade para que ela assuma as nossas vidas é se render a ela, é resignar-se a viver em sua sombra e se contentar com os momentos pontuais que caridosamente nos permitem viver e desfrutar.
Até agora parece que a ansiedade é a pior companhia de todas e a pior coisa que pode acontecer é ter que compartilhar nossa vida justamente com ela, tão perturbadora, tão egoísta, egocêntrica e indubitavelmente tão imprudente … Se permanecermos com isso predominando em nossa mente, assim será por um tempo indefinido.Mas se tomarmos a tarefa de conhecer a ansiedade e suas verdadeiras intenções e agirmos de acordo, provavelmente acabaremos apreciando sua visita e descartando-a educadamente.
A ansiedade e seus distúrbios nos convidam a rever nossa abordagem da vida, como estamos vivendo, o que apreciamos sobre a vida. Essa necessidade de controlar o futuro, de não aceitar o presente, o medo de que as coisas saiam erradas, a desconfiança no processo natural da vida e a convicção de que se não intervirmos tudo vai dar errado, é exatamente o que temos que dar um basta.
O inimigo não é a ansiedade, nem aqueles sintomas irritantes que às vezes sentimos que acabam com a nossa existência. O inimigo real é a si mesmo e a ansiedade é apenas o mensageiro, que nos diz que não estamos tomando o caminho certo e se a escutarmos, entenderemos que ela não pretende ficar muito tempo, muito menos roubar nossa vida, ela só quer que entendamos que existem outras maneiras, que a vida é agora, que devemos parar de tentar controlar tudo e todos e que não importa se algo der errado … faz parte da vida.
Quando começamos a confiar em nós mesmos, na capacidade de dar melhores respostas às nossas situações, quando entendemos que, dormindo a ansiedade, dormimos nós mesmos e o que devemos fazer é escutá-la e seguir suas sugestões, por sua própria iniciativa começa a desapartecer para sempre …
Tão sábio é o relacionamento de nossa mente, nosso corpo e nosso coração, nada que acontece a nós acontece por acaso, tudo carrega uma mensagem e cabe a nós decifrá-la e tomar as decisões a respeito.
Por: Sara Espejo – Rincón del Tibet
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