Descobrir a própria voz gravada é, para algumas pessoa, uma experiência estranha e desagradável. Por meio de plataformas de mídia social como o TikTok, essa revelação constrangedora se tornou uma descoberta compartilhada por muitos.

Ao falarmos, o som da nossa voz alcança nossos ouvidos de duas maneiras: através da condução aérea e dos ossos. O audiologista Ashish Shah, da The Hearing Care Partnership, explica que a condução óssea transfere frequências mais baixas, o que dá à nossa voz o tom mais grave ao qual estamos acostumados.

No entanto, os outros nos ouvem apenas através do som conduzido pelo ar, o que faz com que percebam nossa voz em uma frequência mais alta.

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Um estudo interessante revela que quando as pessoas avaliam gravações de vozes, incluindo a própria sem saber, elas a classificam como menos atraente quando acreditam que não é a delas. Isso sugere que nossa autoimagem influencia significativamente nossa percepção da própria voz.

No entanto, há um conforto nisso tudo. Shah ressalta que as pessoas geralmente não analisam as vozes dos outros da mesma forma que fazem com a própria. O desconforto ao ouvir nossa própria voz vem da desconexão entre nossa expectativa interna e a realidade auditiva, não de como ela é percebida pelos outros.

Remover a identificação pessoal ao ouvir uma gravação de voz pode mudar completamente nossa percepção. Quando a voz é ouvida como um clipe aleatório, sem associação com nossa identidade, o desconforto desaparece. Em última análise, a voz que tanto criticamos é a mesma que os outros conhecem e aceitam como nossa.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.