Por Roberto Debski

Quem ouve falar em “Crenças”, normalmente as associa com crenças religiosas; porém, essas são somente uma parcela de seu papel em nossas vidas.
Exatamente tudo o que escolhemos, fazemos e conquistamos, como nos relacionamos com as pessoas, e também todas experiências negativas, são modeladas por nossas crenças de mundo.
Vamos utilizar a visão sistêmica, através de suas leis e ordens sistêmicas, que irão auxiliar a ampliar nossa visão para entender melhor esse importante assunto.

Quando definimos a vida, o fazemos de acordo com nossas crenças, e então tudo passará por esse filtro.
Alguns dizem e juram que “a vida é um jogo”, e vivem jogando, às vezes ganham e outras perdem. Outros têm a crença que “a vida é uma guerra” e passam a vida batalhando. Alguns crêem que “a vida é muito difícil”, vivem esbarrando em dificuldade após dificuldade. Há ainda aqueles que crêem que a vida é um presente, e são abençoados por essa crença, pois são presenteados cada dia ao despertar.

Mas o que são, de onde vêm e como funcionam as crenças?
As crenças são modelos de mundo que adquirimos em nosso processo de crescimento e aprendizagem. Geralmente as recebemos através de nossa família, como uma fôrma invisível que molda nossas experiências.

Por exemplo, se acreditamos que “as pessoas são más e podem nos prejudicar”, como serão nossas relações sociais e profissionais?
Se vimos desde pequenos nossos pais viverem conflitos sérios de relacionamento entre eles, como será nossa crença sobre casamento? E, a partir disso, que tipo de pessoas iremos escolher para nos relacionarmos?
E se viermos de uma origem familiar humilde como será que nos sentiremos com a possibilidade de enriquecer e ter sucesso se isso irá nos afastar de nossas famílias?
Essas são as chamadas Crenças Limitantes.

Temos também crenças potencializadoras como por exemplo: “eu posso e consigo tudo que me proponho a fazer com dedicação ” ou “a amizade é uma riqueza”, ou também “as pessoas são boas” etc..

Crenças também são campos de informações que inconscientemente balizam nossas ações.
As crenças nos acompanham há tanto tempo que delas não temos consciência; têm origem em nosso sistema familiar, a partir de tudo o que nossa família experienciou e fez parte de seu destino, e esteve presente subliminarmente em nossa criação.

Quando falo família, não me refiro somente ao núcleo de origem pai e mãe mas também aos antepassados, muitas vezes de várias gerações.

Crenças são “vivas” como um imprint nas almas dos componentes da família pois estão “na nuvem” do campo morfogenético, que carreia esses vínculos e co-existem e co-interferem com o campo genético do DNA.

Herdamos crenças como também herdamos bens materiais, porém, ao contrário desses, que podemos perder ou gastar, as crenças se perpetuam indefinidamente até que emerjam no campo da consciência e possam então ser transmutadas.

Podem -como já exemplificado- ser limitantes ou potencializadoras, com as evidentes consequências em nossas vidas.

Acrescentamos novas crenças ou ressignificamos as antigas quando passamos por experiências impactantes em nosso emocional ou voluntariamente, através de psicoterapia, leituras, filmes, vivências de PNL, constelações familiares e sistêmicas etc..

Um cuidado a se tomar, nem sempre observado por quem lida com essa delicada temática envolvendo as relações entre terapeuta e cliente: as crenças têm uma função e servem a um propósito, mesmo quando limitantes.

Simplesmente tentar erradicá-las daquele paciente ou cliente, sem olhar o sistema ao qual essa crença serve, pode ser no mínimo ineficaz.

Por exemplo, uma pessoa passa por experiências de dificuldade financeira e constatamos após uma investigação que essa limitação vem da crença familiar que só é rico quem é desonesto ou mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha, e em um trabalho psicoterápico ou de coaching trabalhamos para ajudar o cliente a superar tais crenças.
Por trás desta crença, sistemicamente pode haver outras questões mais profundas.

A teoria das constelações familiares e Sistêmicas de Bert Hellinger nos prova que o dinheiro, (assim como o sucesso, a saúde e tudo o mais que acontece em nossas vidas, vêm de nossa relação com nossa mãe e sua linhagem familiar (outras questões vem do lado paterno).

Muitas vezes houve histórias familiares de exclusão ou um mau uso do dinheiro; por vezes, nossa família no passado prejudicou outras para aferir lucro (através de apropriação, exploração, roubo etc.. Sim, isso já ocorreu nas famílias de todos nós, por vezes, como vítimas e outras como algozes) e todo nosso sistema fica emaranhado ao sistema dessas outras famílias.

Somente uma abordagem sistêmica que explore e resolva esses emaranhamentos pode fazer com que essas questões e suas crenças decorrentes se dissolvam e possamos enfim nos liberar.
Para essa crença limitante ser transformada é necessário que sua função, o que a mantinha atuante, possa emergir no campo de consciência e assim possa ser substituída por outra mais efetiva e congruente.
Esse estudo é um campo de atuação apaixonante e instigante.
Sempre é tempo de ressignificar antigas crenças limitantes e criar novas e melhores crenças.

Vale muito a pena caminhar para um destino mais saudável! Aliás, essa também é uma crença, porém, potencializadora

 

 

 

Roberto Debski é médico especialista em Acupuntura, Homeopatia e tem formação em Medicina Ortomolecular. Também é psicólogo, Coach e Trainer em Programação Neuro-Lingüística com certificação Internacional e constelador sistêmico familiar.

 







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