Em tempos onde a realidade muitas vezes parece pesada demais, é quase um ato de resistência permitir-se sonhar, acreditar em finais felizes ou mesmo na força inabalável do espírito humano. “O Impossível”, disponível na Netflix, é uma dessas raras obras que nos convidam a fazer exatamente isso: sonhar além do real e restaurar nossa fé na humanidade e em nós mesmos.
Baseado em uma história real, “O Impossível” narra a experiência da família Belón durante o devastador tsunami que atingiu a Tailândia em 2004. Mas não se engane, este não é um filme apenas sobre tragédia e desolação.
É, acima de tudo, uma celebração da resiliência humana, da solidariedade e do amor incondicional que pode emergir das circunstâncias mais terríveis.
A direção de Juan Antonio Bayona nos transporta diretamente para o coração da tempestade, mas o faz com tamanha delicadeza e respeito pelas vítimas da catástrofe, que o horror do tsunami se torna apenas o pano de fundo para a verdadeira história que “O Impossível” quer contar: a de uma família lutando contra todas as probabilidades para se reencontrar.
Naomi Watts e Ewan McGregor, que interpretam os pais da família, entregam atuações poderosas e emocionantes, capazes de nos fazer rir e chorar em um piscar de olhos.
É impossível não se comover com a jornada de sua personagem, Maria, que, gravemente ferida, luta não apenas pela própria sobrevivência, mas pela de seu filho Lucas, interpretado brilhantemente pelo jovem Tom Holland, em uma de suas primeiras e mais impactantes atuações no cinema.
“O Impossível” é um daqueles filmes que ficam na memória muito tempo depois de os créditos terminarem. Ele nos lembra do poder do espírito humano e da importância da família e da comunidade em tempos de crise.
Em um mundo onde notícias ruins parecem dominar, este filme é um lembrete luminoso de que, mesmo nas situações mais desesperadoras, há sempre espaço para esperança e para milagres.
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