Mais um brasileiro foi alvo de violência enquanto trabalhava como entregador na Irlanda. Alexandre Athos Pinheiro Teixeira, de 23 anos, natural de Goiás, foi brutalmente atacado enquanto fazia entregas em Cork, no sul do país.
O incidente, que ocorreu no dia 31 de outubro, é o segundo ataque recente a entregadores brasileiros na Irlanda, trazendo um sentimento de indignação e insegurança para a comunidade imigrante.
Alexandre, que vive na Irlanda há um ano, relatou que tudo começou de forma inesperada enquanto ele pilotava sua moto. Um carro com três jovens – dois homens e uma mulher – começou a persegui-lo sem motivo aparente.
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O entregador ainda tentou se afastar, acreditando que se tratava de uma brincadeira de Halloween, mas logo percebeu que a situação era séria. “Eles me seguiram por mais de dois quilômetros e jogaram garrafas em mim”, contou Alexandre, que descreveu a experiência como aterrorizante.
A perseguição se intensificou quando os jovens jogaram o carro contra ele, causando um choque violento que o derrubou da moto. Um dos agressores saiu do carro e empurrou Alexandre, que ainda tentou se defender com um soco.
Em resposta, o motorista atropelou o brasileiro, que foi deixado no chão com uma fratura exposta na perna esquerda. Imobilizado e com dores intensas, Alexandre gritou por socorro enquanto os agressores riam de seu sofrimento, o que ele descreveu como um momento de crueldade e escárnio.
“Pareciam psicopatas, rindo do meu desespero. Até agora me pergunto se foi por eu estar no país deles”, desabafou.
Alexandre foi levado ao hospital e passou por uma cirurgia para reparar os danos causados pela fratura. Os médicos estimam que ele precisará de pelo menos seis meses de recuperação intensiva.
O incidente gerou grande repercussão na Irlanda e foi amplamente noticiado por veículos como o The Irish Times e o The Irish Sun, que destacaram o caso como “chocante” e “brutal”.
A polícia irlandesa está investigando o ataque, mas até agora nenhuma prisão foi efetuada. Alexandre descreveu os agressores como jovens atléticos e de cerca de 20 anos, sendo que um deles usava uma máscara, dificultando a identificação.
“Só quero justiça, não é só a dor física, mas também a indignação e a incompreensão por um ato tão cruel”, disse Alexandre.
Este caso lembra o ataque sofrido por outro brasileiro, Alan José de Lima, de 35 anos, em 12 de outubro, em Dublin. Alan foi cercado e agredido por adolescentes encapuzados enquanto realizava uma entrega.
Ele sofreu fraturas graves na perna, passando por uma cirurgia de mais de seis horas, onde precisou de placas de metal para a recuperação. Maratonista com várias medalhas, Alan teme não conseguir correr novamente, seu maior hobby e paixão.
Além das lesões, os agressores de Alan danificaram seu celular e roubaram sua bicicleta elétrica, essencial para seu trabalho.
Alan, que emigrou do Rio de Janeiro para a Irlanda buscando uma vida mais segura após ser alvo de assaltos no Brasil, expressou o sentimento de impotência e o medo crescente devido a essas agressões motivadas por xenofobia e preconceito.
Ele contou que já havia presenciado outros ataques semelhantes na cidade, principalmente contra estrangeiros, praticados por grupos de jovens locais.
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