A principal autoridade comercial da Coreia do Sul está desistindo de sua candidatura para se tornar a próxima diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, tornando provável que o cargo vá para a ex-ministra das finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. Ela se tornaria a primeira mulher a liderar a organização.
O Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coréia do Sul disse em um comunicado na sexta-feira que sua ministra do Comércio, Yoo Myung-hee, em breve dirá à OMC que ela está retirando sua candidatura.
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No entanto, “a candidata nigeriana não será automaticamente nomeada’, advertiu à AFP um diplomata europeu em Genebra, já que “a eleição exige um consenso que, na prática, significa a adesão dos Estados Unidos”.
O processo para designar o sucessor do brasileiro Roberto Azevêdo estava paralisado desde outubro, quando os embaixadores da OMC privilegiaram a candidatura da nigeriana, uma opção que contava com a oposição dos Estados Unidos de Donald Trump.
O responsável pela OMC costuma ser escolhido por consenso, o que paralisou o processo.
Embora o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já tenha tomado medidas para restaurar o apoio às instituições multilaterais, espera-se que ele proceda com cautela ao assinar novos acordos comerciais.
Em um discurso ao Departamento de Estado na quinta-feira, Biden prometeu colocar a diplomacia de volta no centro da política externa dos EUA, mas também teve o cuidado de enfatizar que a política externa deve beneficiar os americanos de classe média.
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Okonjo-Iweala ainda não reivindicou vitória e disse que espera primeiro o fim do processo de seleção, destacando que “a OMC deve concentrar sua atenção na pandemia de covid-19 e na recuperação econômica global”, segundo seu porta-voz.
O ministério sul-coreano disse que Yoo discutiu sua candidatura com funcionários dos Estados Unidos e de outros países membros da OMC antes de decidir retirar-se devido a considerações “abrangentes”.
A OMC com sede em Genebra, que foi criada em 1995 a partir do antigo Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, nunca teve uma mulher ou africana como líder.
Informações de CNN