A Receita Federal está de olho! Com novas regras de fiscalização, profissionais autônomos, freelancers e empreendedores que atuam na informalidade precisam ter atenção redobrada ao declarar seus rendimentos.
O aperto nas regras exige que instituições financeiras compartilhem informações sobre movimentações financeiras dos contribuintes, o que significa que qualquer discrepância entre os valores declarados e os movimentados pode ligar o sinal de alerta do Leão.
Mas calma, essa mudança não significa aumento de impostos! O objetivo é garantir que todos paguem o que é devido, de forma justa e transparente. Afinal, ninguém quer ter problemas com a Receita, certo?
“Esconder a renda pode resultar em dor de cabeça, como cair na malha fina, pagar multas salgadas e até enfrentar processos por sonegação fiscal”, alerta o advogado Gabriel Santana Vieira, especialista em direito tributário.
Se você recebe acima de R$ 2.824 por mês em rendimentos tributáveis, a declaração no Imposto de Renda é obrigatória. Mas como fazer isso da maneira correta quando se trabalha por conta própria? Separamos algumas opções para você se organizar e ficar em dia com o Fisco:
Se você fatura até R$ 81 mil por ano (cerca de R$ 6.750 por mês) e se encaixa em atividades como vendedor de doces, cabeleireiro, motorista de aplicativo, entre outras, tornar-se um Microempreendedor Individual (MEI) pode ser uma excelente alternativa.
Além da facilidade na emissão de notas fiscais, o MEI oferece um sistema simplificado de pagamento de tributos e garante acesso a benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.
“O MEI paga seus impostos através do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), com valor fixo mensal que varia de R$ 75,90 a R$ 188,16 para caminhoneiros”, explica Vieira.
Mas atenção: o MEI também precisa declarar seus rendimentos anualmente no Imposto de Renda. Se o faturamento ultrapassar o limite de R$ 81 mil, o imposto sobre o excedente deverá ser pago.
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Faturando entre R$ 81 mil e R$ 360 mil por ano? Abrir uma microempresa pode ser o caminho! Ideal para profissionais como médicos que atuam de forma autônoma, a ME oferece maior flexibilidade na gestão do negócio.
“Com a ME, é possível contratar funcionários e ter acesso a regimes tributários mais vantajosos, como o Lucro Presumido”, destaca o advogado tributarista.
Camila Boscov, professora de contabilidade financeira do Insper, reforça essa ideia: “Receber pagamentos como pessoa jurídica e emitir notas fiscais geralmente resulta em menor carga tributária. Um bom contador pode auxiliar na escolha do regime ideal para cada caso”.
Mesmo sem CNPJ, você pode declarar seus rendimentos como pessoa física no Imposto de Renda. Utilize os campos específicos para “rendimentos de outras fontes” e o sistema calculará o imposto devido automaticamente.
Jorge Martinez, empresário contábil parceiro da Omie, plataforma de gestão na nuvem, tranquiliza: “Ao declarar seus ganhos corretamente, você evita cair na malha fina por sonegação”.
Mas fique atento! Dependendo do seu faturamento, o imposto como pessoa física pode ser alto. “Nesse caso, abrir uma microempresa pode ser mais vantajoso”, aconselha Martinez.
Lembre-se: “mesmo sem emitir nota fiscal, seus rendimentos devem ser comprovados com recibos, transferências bancárias ou contratos informais”, completa Vieira.
Se você recebe rendimentos acima de R$ 2.112 por mês de outras pessoas físicas, o carnê-leão pode ser uma boa opção. Utilizado por autônomos, liberais, pensionistas, quem recebe valores do exterior ou aluga imóveis, o carnê-leão permite o pagamento do imposto mensalmente.
“Basta preencher o carnê-leão no sistema da Receita Federal e o valor do imposto a ser pago será calculado automaticamente”, explica Boscov.
“Uma das vantagens do carnê-leão é a possibilidade de deduzir custos relacionados ao serviço prestado, diminuindo o valor do imposto. Em alguns casos, pode ser mais vantajoso do que ter um CNPJ no Simples Nacional”, completa Martinez.
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