Para que você seja você é preciso superar alguns obstáculos sociais. Existem
códigos de ética e moral que estão aí enraizados na cultura das sociedades.
Não foi você que elaborou essas “leis” morais, nem eu. Quando chegamos aqui,
elas já estavam. Para que a vida em sociedade funcione satisfatoriamente é
preciso que haja, na teoria e na prática, essas regras de conduta, ainda que não
concordemos com algumas delas.
Alguns desses valores morais nós nem nos recordamos de quando nos foram
transmitidos, apenas seguimos quase que automaticamente. Até aí tudo bem, se
é pelo bem comum, vamos respeitar. A coisa só fica chata mesmo quando
alguém (ou algum grupo social) tenta impor a você os valores que só fazem
sentido para ele, como dogmas religiosos ou político. Quando se tenta convencer
o outro, ou até mesmo impor, os valores que só fazem sentido para você, essa
atitude já está quebrando uma regra: a de respeitar o livre pensamento do outro
e seu modo de ver e sentir o mundo.
Não fofocar, não cuidar da vida do outro de forma negativa, é uma boa conduta
que todos deveriam seguir, mas não é o que acontece. Esse conjunto de valores
que recebemos e defendemos, parece nos credenciar como fiscais para apontar
nos outros o que entendemos “não ser correto”.
O que não serve para nós, ainda que não nos afete ou prejudique, passamos a olhar como algo suspeito moralmente falando. Daí julgamos como preguiçoso aquele que acorda tarde,
como malandro o que tem o corpo tatuado… e por aí vai.
Quando o outro não se comporta dentro do padrão que julgamos como normal,
detectamos a ameaça e ligamos o alarme, ainda que o comportamento desse
outro não interfira em nada nas nossas vidas. O trilho da moral que entendemos
como o certo, talvez seja “certo” apenas para nós mesmos trilharmos e o fato de
outra pessoa não se adequar a ele não necessariamente queira dizer que ela
esteja no rumo errado. Ela está apenas em outro trilho, com outros valores.
O ponteiro do “fiscomêtro” está sempre oscilando. Não há uma conduta que não
sofra apontamentos e críticas. O “nerd” é criticado, o “bom moço” também, o
“retraído”, o distraído”, o “porra louca”, enfim, você nunca vai se encaixar cem
por cento em sociedade nenhuma. Faça o que fizer, haja o que houver, vai ter
sempre alguém a quem você e algum comportamento seu desagradem.
A questão aqui é portanto de autoavaliação, de medir o bom senso e ver se suas
atitudes são de alguma forma prejudiciais para alguém, se interferem e invadem
o direito do outro. Usar os cabelos coloridos e uma argola gigante na orelha não
é um estilo que deveria incomodar as pessoas. Incomoda muito mais o sujeito
que abre a traseira do carro e bota uma música estrondosa para tocar na rua
(olha eu aqui já achando algum tipo para falar mal).
“Fale bem ou fale mal, mas fale de mim” – essa é velha, mas ainda é boa. Se
você está na boca do povo, é porque você é destaque. Sabemos que para
muitos é difícil aceitar essa máxima ao pé da letra sem se incomodar. Não é
nada confortável ser destaque negativo, ainda mais quando se sabe que um
comentário negativo pode destruir a vida de alguém. E tem mais: geralmente a
avaliação que fazemos de quem fala mal da gente é tão ruim, que ser destaque
nos comentários maledicentes delas não nos serve de consolo nenhum.
Talvez nós estejamos cuidando da vida de alguém e sequer paramos para
pensar que avaliação essa pessoa faz de nós. Acredito que não deva ser das
melhores. Os tipos que avaliamos como sendo de conduta errada podem estar
se lixando para o que pensamos deles, e com razão.
É melhor pararmos e reavaliarmos nossos conceitos. Talvez imaginamos que a
impressão que as vítimas de nossos “cuidados” tenha de nós não nos afete em
nada, que o conceito que eles façam sobre nossa imagem não fede e nem
cheira. mas… e o conceito que nós fazemos de nós? Que dignidade tem no ato
de apontar o dedo crucificar uma pessoa pelo seu estilo de vida? Acredito que
nenhuma e fazendo isso, nós sim estamos caminhando fora dos trilhos de
qualquer conduta de valor que valha a pena manter e se orgulhar.
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