“Se alguém precisa de religião para ser bom, a pessoa não é boa, é um cão adestrado”. – Chagdud Tulku Rinpoche, lama tibetano
Me assusta a falta da busca pelo autoconhecimento em boa parte da humanidade. Para mim, o autoconhecimento é grande chave para se viver da melhor forma possível porque inclui nossa saúde física, saúde mental, boas relações, reconhecimento dos nossos dons, conhecimento dos nossos limites e etc. É a integração do nosso “eu externo” com o nosso “eu interno”, é usar o nosso corpo para agir de acordo com a nossa consciência.
Se não vamos atrás de nos compreender, entender os por quês dos nossos sentimentos , atitudes e pensamentos, que constantemente se repetem, ficamos sempre como um cão correndo atrás do próprio rabo. A vida muda mas continuamos agindo da mesma forma. Não é necessário religião ou filosofias para buscarmos nos compreender. Elas podem servir como ferramentas para irmos ao encontro do nosso eu mais íntimo, mas não é nelas que está as respostas e sim, dentro de nós.
Com este mindset, eu gostaria de listar algumas coisas que servem como ferramentas e que estão o tempo todo a nosso dispor para quem busca se entender, se transformar e viver de forma mais fluida:
– Gentileza = ajudar um velhinho atravessar a rua, dar passagem a um histérico no trânsito, ouvir com paciência uma pessoa do telemarketing que te liga para vender algo… são algumas atitudes que nos traz paz interna;
– Ser responsável apenas pelas suas atitudes = se alguém te xinga, você não pode mudar a pessoa, mas não xingá-la de volta é uma escolha sua; quando alguém grita, você falar em um tom mais baixo e neutro é algo que traz a “bandeira da paz” (se não para a situação, pelo menos para você que depois não se arrependerá em dizer algo por impulso e raiva); não somos responsáveis pelos sentimentos dos outros porém, buscar agir de uma forma cuidadosa com o outro nunca é demais e isso faz bem para nós também (saber que agimos da melhor forma em determinada situação acolhe nosso coração);
– Humildade = olhar para um outro ser humano e ter a humildade de se abrir para trocar qualquer coisa que seja é abrir a porta da igualdade (não importa a profissão, a cor, a classe social do outro… tenho certeza que o Papa Francisco é humilde diante de qualquer um); reconhecer que agimos de forma equivocada e pedir desculpas também é outro grande ato de humildade; ouvir outros pontos de vistas sobre um assunto que dominanos também é agir com humilde;
– Sorrir = um sorriso pode dizer tanto (!), ao telefone o outro pode sentir o seu sorriso, o sorriso abre o nosso coração, o sorriso apazigua, o sorriso é um convite, o sorriso alegra almas;
– Sem julgamentos = cada ser é único e só pode ser si mesmo; honrar a si mesmo e a unicidade do outro é um ato grandioso que evita julgamentos equivocados, cada um está aqui para ser “si próprio” e viver sua vida de acordo com o que faz seu coração pulsar, então não se julgue e também deixe o outro ser ele mesmo, fazer o que ele quiser sem impor o que é certo para você porque pode não ser ideal para ele;
– Raiva / Ódio = são apenas emoções que vem e passam, elas vêm onde falta amor dentro de nós e são naturais, espontâneas, todo mundo sente, mas saber lidar com elas sem exteriorizar é a grande chave: todo mundo sente raiva, quando ela lhe subir, vá correr, socar um travesseiro… é uma energia que precisa ser vivida para ir embora, mas nunca use-a para tomar alguma atitude e muito menos em relação ao outro;
– Emoções boas = não tem nada de errado em demonstrar carinho, alegria, gratidão ou amor a um outro, pelo contrário, quando demonstradas, elas podem até se triplicar dentro de você, elogios unem pessoas; demonstrações de sentimentos genuínos também abrem portas e criam amizades; então se permita demonstrar aos outros as coisas boas que existem dentro de você.
Tenho certeza que já refletiram sobre isso, então este é só um pequeno lembrete. O nosso coração é nossa maior fonte de sabedoria. Nossa intuição fala com uma voz doce e calma. Se permita ser um diamante lapidado pelo seu próprio coração.
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