Quando o Natal se aproxima, não são apenas os “Papai Noéis de shopping” que encontram no período uma oportunidade lucrativa.
Sósias de Jesus, com sua aparência semelhante à figura difundida por séculos no Ocidente, também aproveitam o fim de ano para ganhar uma renda extra significativa, chegando a cobrar impressionantes R$ 1.200 por hora em algumas ocasiões.
Esses sósias são requisitados para os mais diversos tipos de eventos, desde ensaios fotográficos natalinos até produções publicitárias e celebrações religiosas.
O perfil geralmente buscado inclui cabelos longos, barba e um físico magro, refletindo a imagem popularizada por representações cristãs, que, embora distante da realidade histórica, permanece arraigada no imaginário coletivo.
Bob Sagers, um americano de 1,95m de altura, é um exemplo curioso. Descoberto em um festival de música indie em Utah, ele começou a trabalhar como modelo de Jesus, incorporando a figura de maneira convincente. “Eu sou um Jesus bem alto”, brinca ele, destacando que o apelo cristão da região impulsionou sua nova carreira.
Mas a semelhança física não é tudo. Muitos sósias se dedicam a criar uma experiência imersiva, vestindo túnicas típicas e usando cajados para completar o visual.
Em sessões fotográficas, como as conduzidas pela fotógrafa MaKayla Avalos, o ambiente ganha até tons bíblicos, reproduzindo cenas como o Sermão da Montanha.
A dedicação dos sósias, porém, vai além do figurino. Jai Knighton, modelo e dançarino que já atuou como “Jesus” em várias ocasiões, relembra o conselho peculiar de um cliente: “Seja tão parecido com Cristo quanto puder, ou as pessoas vão perceber que não é real”. A responsabilidade de personificar uma figura tão simbólica é levada a sério por muitos.
Para Terry Holker, metodista que descobriu sua vocação inusitada após ser abordado na rua por uma mulher que o confundiu com Jesus, o trabalho não é apenas uma questão de aparência, mas também de transmitir uma presença que toca os outros. “Ela disse que esperava um sinal, e naquele momento, eu também,” recorda ele.
No fim das contas, os sósias de Jesus encontram no Natal não apenas uma oportunidade profissional, mas também um espaço para explorar o impacto que a figura de Cristo ainda exerce, quase dois mil anos depois.
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