Lassa é o nome da febre que pode ser fatal e que já é epidemia na Nigéria. A doença já é conhecida, bastando uma pesquisa no Google para descobrir que não é uma doença nova, porém, não havia sido registrado antes um surto tão assustador quanto esse.
Desde o dia 1 de janeiro, o departamento de saúde da Nigéria registrou 353 casos confirmados e 1.121 casos suspeitos (assim como 90 mortes) – números que superam os totais dos casos em todos os surtos previamente registrados na África Ocidental.
Para agravar ainda mais a situação, a febre mortal não pode ser combatida por nenhum tipo de medicamento especifico. Também não há vacina para prevenir a doença, o que faz parte do motivo pela qual a Organização Mundial da Saúde nomeou recentemente Lassa como sendo uma das oito doenças mais propensas a provocar uma emergência de saúde pública.
A Febre Lassa é endêmica na Nigéria, então é comum que surja casos a cada ano. Mas os pesquisadores não sabem exatamente por que o foco deste ano é tão grande ou se o vírus é mais transmissível do que o normal. Uma suspeita é de que os ratos possam estar desempenhando um papel específico na propagação, visto que as mudanças climáticas e o crescimento da população podem afetar os roedores na África Ocidental de maneiras que ajudem a doença se espalhar.
Causas, sintomas e efeito
Lassa faz coisas horríveis para o corpo: se replica nos órgãos internos e no sistema nervoso central, fazendo com que as vítimas sangrem por cada orifício ou entrem em choque. A maioria das pessoas experimentará sintomas leves – febre ou dor de cabeça -, mas mesmo nesses casos, Lassa pode levar à surdez permanente. Em outros casos os sintomas são parecidos com uma doença comum como dengue ou malária, mas quando está em estado avançado, a Lessa provoca na vítima os danos já descritos, que lembram muito o resultado de outra febre hemorrágica, o Ebola.
A maioria das doenças infecciosas em seres humanos são zoonóticas, o que significa que elas se originam em animais e podem se espalhar para pessoas em momentos oportunos, provocando surtos. Para Lassa, o “reservatório” animal é o rato multimammate , que não são os mesmos tipos que infestam os becos e esgotos das grandes cidades. Mais conhecidos como “ratos do telhado”, essa espécie tem como habitat natural as terras cultivadas e as florestas ao redor das aldeias da África ocidental.
No final da estação chuvosa na Nigéria, em torno de setembro, é o pico das populações de roedores, que se prosperaram devido a oferta de alimentos disponíveis nas florestas e fazendas exuberantes. Em seguida, a estação seca atinge. Por volta de outubro, os agricultores começam a queimar suas colheitas para limpá-las para uma nova estação de plantação no ano seguinte. Isso empurra os ratos para fora das florestas e das terras cultivadas para as aldeias em busca de alimentos.
Alguns desses roedores podem levar o vírus Lassa e os humanos podem pegar o vírus através do contato com urina de rato e fezes. Uma vez que as pessoas estão infectadas com o vírus, elas também podem infectar outras pessoas que entram em contato com seus fluidos corporais.
Fonte: (NCDC) Dept Saúde Nigéria (Dados em PDF)
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