Caso de importunação sexual ocorreu em ônibus lotado. Homem chegou a abrir o zíper da calça, segundo boletim de ocorrência.

Uma cena de importunação sexual dentro de um ônibus teve um desfecho diferente, em Belém, na última quarta-feira (20). Revoltada, a auxiliar de cozinha paraense Bianca Barreto, de 30 anos, reagiu dando um mata-leão no suposto assediador sexual que teria se esfregado na vítima sem permissão.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o coletivo lotado de pessoas e o exato o momento em que a jovem, que é lutadora de Muay Thai e capoeirista, está com os braços sobre o pescoço do homem praticando golpe de estrangulamento usado nas artes marciais.

Bianca voltava para casa após um dia de treino na academia quando foi surpreendida por uma atitude suspeita. O homem, que já foi identificado pela polícia, subiu uniformizado no coletivo e resolveu ficar atrás da moça, se esfregando em suas nádegas e abriu o zíper da calça.

Ao se ver em situação de assédio sexual, a assistente de cozinha não pensou duas vezes e o golpeou na região do nariz e, em seguida, o imobilizou. Ela relata que apesar de terem muitos homens dentro do ônibus, sozinha, a jovem teve que imobilizar o suspeito e pediu que o motorista parasse em uma delegacia mais próxima para registrar o Boletim de Ocorrência (BO). “Ninguém faz nada pra ajudar. Hoje as pessoas preferem filmar [o ocorrido] do que ajudar. Por isso, as mulheres se sentem com medo de reagir. Por esse motivo de não ter ninguém pra nos ajuda”, lamenta.

E não é a primeira vez que Bianca é importunada sexualmente. No ano passado, ela relatou ter vivenciado uma situação semelhante também dentro de ônibus, em Belém. Na ocasião, a paraense também teria se defendido aplicando socos contra o suspeito.

“Me sinto triste pelo fato de nós mulheres não ter mais direito de nos se sentir à vontade com qualquer roupa que seja, porque tem vermes como esse que se julga no direito de passar a mão em nosso corpo, ainda culpam a nós mulheres por insinuarem que queremos mostrar nosso corpo”, afirma, bastante revoltada com o ocorrido.

Defesa pessoal

A afinidade com esportes em geral fez com que Bianca quisesse praticar a modalidade de luta. No entanto, ela relata que decidiu também optar pelo Muay Thai e a capoeira justamente para ter um álibi na defesa pessoal caso fosse abordada ou assediada na rua.

“Mulheres se tornam mais fortes diante de tais casos. Até mesmo dentro de casa com seu cônjuge”, afirma.

Em relação ao constrangimento que vivenciou, Bianca reforça que teve a sorte de conseguir se defender, mas em geral ela tem ciência do quanto é difícil para outras mulheres, que todos os dias são vítimas de diversas formas de abuso.

Informações do G1







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